Nossa primeira iniciação neste mundo é o nascimento.
Todos que esperam conforto nos atos iniciáticos, sejam eles de que origem for, precisam criar a consciência de que caminhar sozinho faz parte do processo. Não adianta eleger mestres, contramestres, assessores de mestres, pseudomestres (não que eles sejam dispensáveis) que vai chegar a hora que a responsabilidade espiritual/existencial vai ser transferida a você, unicamente a você.
Chamo este princípio de responsabilidade por transmissão de egrégora, ou seja, você terá que trilhar por caminhos que foram arranjados por você no que se refere ao seu crescimento e evolução pessoal. Como apoio, durante esta jornada, irmãos reencarnados e/ou em espírito vão auxilia-lo durante certo tempo, até que você consiga passar pela experiência do batismo da dor (despertar do fogo do esclarecimento) e caminhar de forma consciente para o interior de seu espírito.
Aqui uma pausa, não confunda “solidão”, com o estar “sozinho” em você mesmo, pois são duas visões antagônicas, onde na primeira você está em estado passional, sofrendo por emoções. E na segunda você está vivendo a consciência do despertar interior, ou seja, em você mesmo. Costumo a chamar este processo de visão cinza, onde as coisas do mundo perdem o brilho e você se vê como um ente em franca missão evolucionária.
Quando percebemos a nossa situação de permanência no limbo, onde a sensação de estar em si mesmo no mundo nos acompanha, vivemos em estado de meditação e oração permanente, pois começamos perceber as etapas do rito de passagem que precisamos fazer para voltar a eternidade de nós mesmos. Eu com o todo, eu comigo mesmo, eu com o outro, eu com o cosmos e por fim eu com o todo novamente.
Alerto que como o descobrir deste fenômeno muito das vezes não nos é avisado, pois precisa ser percebido/sentido, muitos iniciados se perdem em desarrazoado e intrincado êxtase negativo e de negação, estacionando, na maioria das vezes, na sua obrigação de caminhar para dentro do espírito que lhe faz existir. Isso tudo, quando o iniciado não se perde no mudo externo e suas ilusões momentâneas com os seus atributos falíveis e temporais.
Caminhar em si é uma dádiva, sofrível aos olhos do mundo, mas é uma dádiva de reconhecimento de que podemos muito mais do pensamos. Nesta luta questões orgânicas, principalmente relacionadas a circulação sanguínea, desconforto mental e deslocamentos temporais são os nosso mais presentes companheiros. Não que este aparente sofrimento nos traga dores do corpo, mas a certeza de purificação da alma, a medida que entramos em harmonia com nossa essência – o espírito!
Vale também balizar que a eterna luta entre espírito e a mente biológica são nossa grande batalha, pois quando perdemos esta luta fatalmente entregamos a boa ou má sorte os desígnios de nossos dias neste planeta. Experimentar é uma relação de bom senso com este intricado relacionamento material, temos que vencer nossa mente biológica para que nosso espírito consiga se harmonizar em favor da missão que temos que cumprir.
E para finalizar fica a dica: viva apenas um dia por vez! Esqueça o passado e construa o presente! Pois, pois um ato de reconhecimento desta vivência interna, ou seja, de estar sozinho em si mesmo, produz uma mudança brusca no universo que te cerca. E nesta condição assumimos o papel de Deus vivo em favor de um complexo grupo de existência.
Estar sozinho é preciso, nossos irmãos em espírito agradecem! Solidão jamais!
Aratanan