quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Origens da Umbanda





Prezados Umbandistas da atualidade, não estamos fazendo nada de novo neste nosso universo chamado de Umbanda. Repetimos de forma constante as atividades espirituais que nos foram passadas em eras já perdidas pela poeira dos tempos. Nossa raça já esteve no auge de sua evolução, por motivos que desconhecemos, espíritos ultra-elevadas que outrora habitaram este planeta, tiveram que continuar suas caminhadas evolutivas em outros orbes.

Por consequência, nosso planeta teve que receber outros espíritos que em processo de evolução se capacitaram a habitar nossa querida mãe terra. Sendo que no auge de nossa caminhada evolutiva, praticávamos duas espécies de cultos ao sagrado, o culto ao sol, acreditando apenas na masculinidade da energia criadora, também chamados de cultos solares (Dorismo). E nesta mesma época os cultos de adoração à energia feminina da fonte criadora, os cultos lunares (Ionismo). Sendo que por características subjetivas, à época, tais cultos e suas respectivas manifestações se repeliam em ideais, liturgias e boa convivência pessoal (Cisma de Irshu).

Dizer qual destas manifestações estava com a razão, além de precipitação é uma atitude meramente ansiosa e desvinculada de bom senso, até mesmo porque, sempre orientamos aos que nos procuram a buscar o caminho do meio. Nem mais, nem menos de preferência igual. Por conseqüências óbvias, recebemos por herança estas duas formas de devoção ao sagrado, os princípios solares e lunares, ou melhor, as manifestações masculinas e passivas, ou quiçá, ativas e negativas da fonte criadora, a qual é pela grande maioria de seres, chamada de Deus.

Pois bem, acreditamos que tais resoluções de posicionamento, nos deram uma herança espiritual que permanece há muitos milhares de séculos, ou seja, sempre estamos adorando ou devotando a magnitude ativa e/ou negativa da essência da criação. Independente da religião que apresentarmos em exteriorização, estaremos sempre manifestando esta herança energética.

Inclusive, penso que os vários rituais de umbanda, em seu modo, forma, alegorias, imprecações e celeumas à parte, significam apenas nosso modo de manifestar esta herança, a qual nos faz perceber e sentir Deus da forma que conseguimos. Pense, inclusive, que religião é apenas uma manifestação exteriorizada dos nossos sentidos, não uma introjeção pessoal da percepção do que é sagrado. Por isso, que independente de onde estivermos no planeta, seja no pólo sul ou pólo norte, o que é sagrado vai estar presente independentemente de nosso credo religioso.

Tal assertiva tira a fantasia de que sem religião, ou evangelho, ou que for não existe salvação. Vez que o que é sagrado não se encarcera na visão turva e cheia de religionismo dos seres humanos. Assim, o esquimó que cultua o sol, o índio que cultua a lua e o ateu que não cultua nada, estão e sempre estarão, sob a mesma influência da manifestação do sagrado, através da sua atividade e/ou passividade de própria existência. Vivemos uma tradução turva do passado e somos escravizados por idéias antigas de um fenômeno simples e real, ou seja, a manifestação do sagrado pela sua atividade, neutralidade e passividade.

Mortos de fome pela salvação, nos alimentamos de pseudo elucidadores das palavras que vem ao coração pelo caminho místico. Vivemos em profunda crise de identidade, seja ela social, moral, religiosa e outras. Minhas posições e verdades me impõem um ritmo de diferenças, não aceito o outro em suas posições e nunca conseguimos conversar sobre nada, pois o que penso, por ser diferente do outro me inabilita frente a crenças que se modificam de forma contínua e permanente. Lembre-se, que muitos homens forma mortos por afirmar que a terra é redonda, e, hoje tal assertiva não pode ser contrariada, pois e tornou uma crença comum, até o dia que nos for provado que ela, talvez, seja ovalada.

O próprio fenômeno espiritual que explicamos com sensionalismo, aos poucos vai perdendo as características de sobrenatural, para um caminho de naturalidade a medida que as pessoas vão se informando e perdendo o receio de se instruírem em favor de suas essências, a quais são também fenômenos de cunho puramente científico. E para finalizar, tirando as aberrações de alguns ritos que existem por ai, junto às manifestações de Umbanda que tudo abarca, estamos repetindo pura e tão somente os ritos solares e lunares que se perdem nas idas dos tempos. Todo e qualquer ser que se permite a sabedoria, não cria obstáculos ao novo, vive e experimenta as coisas numa sensação de puro êxtase pela simples existência e capacidade de interagir com as propostas cármicas que lhe são apresentadas.

Aratanan – Estamos fazendo o mais do mesmo