A grande dúvida que tenho em relação
aos seres se fixa na questão da irmandade, nunca vi a palavra irmão, sendo tão jogada
às favas como neste momento em que permaneço reencarnado. Quanta hipocrisia
hein! Meireles!
Se somos iguais e irmãos, porque tanta
divergência e separitismo religioso (sem contar as exclusões sociais e
politicas), se faço isso, está tudo certo; se não faço aquilo, está tudoerrado. Parece que
as regras são feitas apenas para gerenciar normas que com o tempo viram apenas
motes de vivências que não voltam mais.
Se Siclano faz isso, me arvoro no
direito de dizer que ele está quiumbado, ou que está mal acompanhado. Se fulano
faz o que eu faço, ele está certo e o mundo todo errado. Parece que somos cegos
e que não enxergamos um palmo a frente de nossos empinados narizes.
Nunca vi espirito alinhado com as
coisas do céu, criar cartilha de bom comportamento de coisas que já conhecemos
(lembra-se dos dez mandamentos). Claro, contudo, que existem toques e dicas que
precisam ser repassados, senão o negócio decamba para a casa da mãe Joana.
Mas o mundo continua assim, as pessoas
amam e odeiam com a mesma intensidade, saímos das carvenas, para habitar casas
que não correspondem ao nosso grau consciencional. Basta vertirmos roupas de
pele e distribuirmos os tacapes, para ser certeza que ainda estamos enjambrados
nos velhos conceitos das pedras.
Irmão é palavra que significa "giria" em nossos dias, falamos o
que não sustentamos, basta um comportamento não alinhado às nossas expectativas
para que o irmão se torne inimigo ou coisa parecida. Engraçado, já vi muitos
que eram amigos e irmãos dentro desta tão castigada Umbanda, e, que se quer se
olham nos olhos e se respeitam nos dias de hoje.
Já vi muitos que para se manterem amigos
tiveram que lutar contra tudo e contra todos, pois a amizade alheia incomoda
muita gente (lembra da propaganda do elefante da massa de tomate). Incrível! E
dá-lhe livros de amor, respeito, amizade, generosidade, confiança e etc.
Penso até que precisamos mesmo deste livros, pois os mesmos nos lembram de vez em quanto que
precisamos respeitar urgentemente um ao outro.
Como diz meu querido amigo e apoiador
nas coisas de umbanda: “Prefiro o mestre
e sua demanda verbal – Meus discipulos são conhecidos por muito se amarem!”
Se Jesus realmente disse isso, acredito que ele também passou por estes
percalços, teve que aliviar sua grandeza, dando toques que permanecem por mais
de dois mil e poucos anos e ninguém entendeu direito o que ele queria dizer.
Para finalizar, penso de forma muito
pessoal que a Umbanda é o arcabouço de nossas frustações, somos na Umbanda o
que somos em nossas vidas pessoais, mesqinnhos, mentirosos, aproveitadores,
falaciosos, prepotentes e muito mais. Vejo que para se mudar as coisas é
preciso mudar os seres, exemplo:
“sou
vegetariano e não como a carne de animais que são nossos irmãos e merecem nosso
respeito. (ponto)”. Só que os animais comem uns aos outros
e estão pouco se lixando quando o apetite deles está a flor da pele. Se a
atitude é meritória, o fato de que nos portamos muito próximo ao dos nossos “irmãos”
animais, quando estamos com fome dá o tom que a mudança precisa ser mais
enraizada. e sincera
Assim, irmãos queridos, precisamos
fazer primeiro uma mudança pessoal. Precisamos ser donos do nosso destino, pois
o coletivo virá de carona, vez que várias pessoas em plena consonância
consciecional podem formar um todo indivisível, e, o que é melhor, o lucro é
garantido em favor do bem comum.
Pense, irmão, ainda há tempo.
Aratanan
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