Começa em casa a já tão falada “mentira
social”, a qual em nossos textos e de forma repetitiva, vem destacada como
carimbo do caráter da espécie humana. Começa em casa, pois é de lá que trazemos
as nossas mais claras características pessoais. E mesmo que voce tenha nascido
e sido criado na rua ou em um orfanato e etc, o padrão de casa que aqui
denominamos, para melhor entendimento deste texto, está ligado ao ambiente em
que voce deu seus primeiros suspiros de vida consciente.
Foi lá em sua casa que voce aprendeu e
vivenciou a tal da “mentira socia”l, ou seja, as regras de compartamento social
que são a base de sua desdita de hoje. Foi neste locus ou antro de perdição
social que voce se fez o ser que habita o que chamamos de “conciencioso socialmente
aceito”. Suas verdades e crenças são frutos dos atos de infância que lhe foram
incutidos pelos padrões e vivências de sua época. Deve ser por isso que ainda
encontramos muito saudozismo e voltas ao passado, na moda, na música, nas
regras de conduta e etc. Religiosamente falando a coisa piora. Pois basta um
pisão no calcanhar de aquiles de quem quer que seja, para que a busca do
passado se faça como forma de defesa da insegurança que acompanha o irmão no
presente.
Voltando ao assunto, sabemos claramente
que é em casa que as verdades se instalam; o pobre coitado vive a margem de
tudo no mundo social, mas em casa seu lado real ou melhor, seu caráter se
manifesta de forma muito transparente. Pois o dito cujo, tem que cumprir
horários, respeitar regras de ordem jurídica, economica, financeira, cidadã,
trabalho e outras o dia inteiro, mas quando chega em casa a verdade apareçe de
forma muito “natural” para a grande maioria dos seres.
Pois aquela educação forjada, ou até
mesmo politizada, cede espaço para o surrealismo de idéias e motes sociais que
arrepiam quem está por perto. De forma muito subjetiva a pessoa se maltrata
muito quando chega em casa, sua beleza e suas máscaras caem como neve nos
filmes de natal. Sua postura sedimentada na mentira social se desmacha nas
curvas do sofá ingrime que lhe imprime a verdade de sua preguiça disfarçada. E
sua modéstia vai as favas quando analisa os fatos, pessoas e atividades que
permearam sua vidinha sem nexo e retrocesso de sempre.
Em casa e na maioria das vezes, os filhos
são renegados a todos os planos, a esposa(o) são deixados nos cantos de
continuidade da falta de percepção do outro. As coisas do lar são imagens
soltas sem expressão nenhuma, vez que a solidão da ignorância habita o
verdadeiro ser social que se vende nas paixões e rotinas diárias.
Maltratar os entes queridos e maldizer
os entes alheios vira um caso futil nos relatos das vivências do dia a dia. E
os que não fazem de forma verbal, utilizam a mentalidade fútil para pensar nas
tensões que sofreram em mais um dia de mentira que viveram em suas vidas ruins
e cheias de malidicências de sempre. Mentimos para nós mesmos e acreditamos
nisso, pois não mostramos a nossa verdadeira cara e se a mostramos sempre
existe alguém, dono da verdade, a nos colocar no nosso devido e imerecido
lugar.
E para piorar as coisas, temos que tudo
isso, acontece na nossa infância frustrada pelas também frustrações de nossos
pais ou criadores. Eles nos moldam dentro das frustrações que eles possuem, e
nos trasformam em uma cópia mal feita deles mesmos. A culpa, acreditamos vem do
primeiro homem que existiu neste vasto planeta, o qual acumulou em seu DNA, o
medo da fome e da desgraça que nos foi trasmitido e ainda é diuturnamnte pelos
nascimentos e aparecimentos de nossos descendentes. Somos os filhos do caos do
passado. Nas cavernas tinhamos que lutar pela vida e segurança a todo minuto e
ainda tinhamos a incerteza do motivo e causa de nosso deliberado abandono por
parte de quem nos criou.
Desta forma, nos transformamos neste
cadinho mentiroso e socialmente aceito,vez que padrões de manutenção da busca
pelo conforto social estão incultidos em cada medida de nossas células. Criamos
uma competição diária com nós mesmos e com os outros que surgem a nossa volta,
pois não conseguimos sair desta armadilha social. Nossa forma de ver e encarar
Deus precisa ser doutrinada pelo externo, seja ele sacerdote, pastor ou padre.
Pois temos saudade do PAI que nos abandonou e nos deixou na terra a mercê de
nós mesmos. Por isso competimos tanto e não conseguimos vibrar de forma regular
e favorável a manutenção do bem, vez que nossos conflitos mascarados nas regras
de conduta social, não nos permitem acesso melhor a condição moral de sermos no
mínimo “iguais”.
Diante destas percepções nomeamos
inimigos em número reverso a quantidade de ignorância que acumulamos e traimos
sempre, pois trair é condição inata de quem tem medo e precisa preservar as
dores da burrice que carrega. Nossa única esperança é não transformar os nossos
filhos e demais seres infantis em uma cópia mal feita de tudo o que carregamos
a milhares de anos. Despachando de vez a mentira social e a falta de caráter
que possuímos em relação a nossa obrigatória reposição de administração dos
bens terrenos, pois se assim não fizermos, teremos como marca registrada de
nossas exitências, em tempo não muito longo a máxima de que o melhor amigo do homem é sempre
será o cachorro.
Bom Dia a todos.
Luís Gustavo ou Aratanan de Aracruz
para quem ler este texto até o final.
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