quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Sei que nada sei – Sócrates




Será que sei que nada sei? 

Geralmente não. Pois tenho sempre certezas, crenças e julgamentos que afeta o outro de forma direta, frente as nossas ignorâncias.

De médico e louco todos tem um pouco, não é mesmo? Veja que basta o anuncio de uma gripe, por parte de um desavisado, para que várias receitas caseiras, curas milagrosas (não que não existam) sejam oferecidas de forma ampla e irrestrita ao pobre doente. O pior é quando o doente já sabe a receitas e resolve o dialogo com um simples: “- esta eu já conheço”.

É o famoso, SEI! Muito das vezes o sei que não sei, por que se sei não preciso afirmar que sei. Aplicando regras de lógica, podemos afirmar que Sócrates, deveria ter certeza apenas do sei e de nada mais. O que a nosso ver demonstra crítica ao saber ignorante, o qual não questiona e não faz reflexão do que precisa ser dito. Quem nunca se pegou balançando cabeça frente a uma informação de que nunca tinha ouvido falar. Exemplo: ‘- Você já ouviu falar de DEMOCRACIA, fulano? – Claro que sim, é aquela roubalheira que os políticos geralmente fazem em Brasília!

E se dissermos que Democracia tem a significância de governo exercido pelo povo? E se dissermos que se a Democracia for desativada, corremos risco de ativar o autoritarismo? .... silêncio .....   silêncio   .....! Mas com um leve aceno de cabeça mostrando que entendeu o dialogo em sua profundeza. Pior quando a conversa parte para outro rumo e com outros assuntos dos quais temos certeza, tudo isso para fugirmos do assunto que não dominamos.

Ignorância, vaidade, apego ou outras “cocitas más”? Com certeza é o tal do “sei”. E o pior é, que quase todos morrem com a certeza de sempre serem, saberem e nada mais. E neste mundo quase ninguém “está”, em sua grande maioria as pessoas “são”. É como se uma qualidade futura viesse habitar o presente. Tipo assim, só serei filósofo o dia que me aposentar ou morrer como filósofo, por enquanto “estou” filósofo, nada me impede de mudar.

As consequência da certeza, todos já sabem! 
Impunidade, ignorância, falta de cidadania, falta de moral, crenças odiosas, vidas burlescas, e etc. Tudo isso porque a certeza nos dá poder. Saber é poder e ninguém quer dividir o que sabe sem cobrar seu preço, por isso o vazio da vida de alguns, que correm em favor do nada. Em busca de uma grande aventura chamada perda de tempo, para que este mesmo tempo, possa mostrar o quão desnecessário foi sua corrida imaginária e ignorante.



Para finalizar, “concordo” com Sócrates: “- tenho a única certeza que não sei de nada, mas ...”!

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