quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tentando falar de Amor!





Me perdoem a pretensão de querer falar do amor, logo eu que sempre vivi de forma tão passional. Que não entendi que amar é abstrato e que quando se manifesta materialmente liberta quem quer que seja. Amar é uma ferramenta, ela tem que ser afiada todos os dias, vez que o entreguismo matreiro no qual vivemos nos faz amar de forma muito superficial e pulverizada.

Qual amor é o verdadeiro? O de mãe para filho, o de filho para a mãe; o de pai para a filha, o da filha para o pai, o amor entre irmãos, amigos, etc. Será que esta manifestação representa realmente o amor?

Faço estas reflexões preliminares, apenas para me arvorar na centelha que me foi dada diretamente pelo criador. Ele me amou desde o primeiro instante, ele acreditou e acredita em mim, somos o fruto de nós mesmos. Neste processo de interação eu vou ser ele e ele vai continuar sendo o eu. Alimentamos-nos, vivenciamos e experimentamos da mesma verdade – o existir.

A simples menção ou forma de delimitá-lo ou quiçá imaginá-lo já me faz confirmar a sua existência. Amar, amar e amar, chego a me embreagar do que ainda não possuo. Minha intolerância, minha desigualdade, o meu querer, sempre vão me afastar deste verbo da criação – o amor.

Penso inclusive, que para amar precisamos de certa forma sofrer, retirar o homem velho e fazer nascer o homem novo. Este parto é doloroso, pois temos que confrontar com nós mesmos e com nossas formações essenciais. O Amor cobra muito, mas não é que ele sinta prazer nisto, ele cobra a mudança, o que faz sua energia específica florescer.

Amar é compreender (grau consciencional), inclusive as formas e meios que a energia cósmica nos impele para tão sagrado ato de liberdade. Nossa consciência, ou compreensão de Deus, deve ser forja no cadinho minúsculo que possuimos frente ao metal inefável da existência do criador. Sinto inclusive, que basta uma fagulha do amor de Deus, para podermos construir universos e mais universos, pois isto faz parte de nossa essencia criadora, através da imaginação.

Somos fruto desta verdade e dela não podemos mais fugir. Devemos deixar de “estar” para “ser”. Manifestamos tudo aquilo que somos e desta regra não podemos fugir. Desejar ser é fomentar o verbo da criação, pois estamos aqui e agora. Nosssa verdade, dita absoluta, vive na parcialidade de nossas fraquezas em relação a grande dádiva dada aos abnegados (espíritos libertos). Viver é só uma experiência entre todas as outras, precisamos ultrapassar urgentemente esta barreira ilusória e celebrar o ato divino contido no amor.

Faço inclusive uma reflexão que por certeza deve passar pela cabeça de muitos. Por que não estamos preparados para amar de verdade e viver esta manifestação de forma ilimitada (coletiva). Possuímos de tudo no mundo, riquezas, ciências, espiritualidade, filosofia, artes e etc. O que falta mais? .........

O ser humano.

Isso mesmo, já ia me esquecendo, pois manifestado em todos estes pilares, encontramos o “ser humano” e seus vários graus de compreensão da realidade. Digo inclusive e me desculpem a linguagem coloquial, respeitadas as raras exceções, todos querem puxar a farinha para o seu lado, não é mesmo?

E diante destas duas divagações questiono: onde me posicionar quando falo do amor? Sim o amor que liberta – repito – nele não existe, fronteiras, raças, limites geográficos, somos simplesmente cidadãos do universo. Amar, compreender, tolerar, tudo isso faz parte de um só conjunto, onde o amor faz a mudança e por consequência, manifestamos os atributos que entendo como intrinsecos.

Inclusive faço um aporte entre as comparações do micro e do macro, pois se somos um universo em miniatura, possuímos uma fagulha do amor divino. Penso, inclusive, que a pessoa que se condiciona a buscar o amor verdadeiro, recebe por garantia de seu compromisso os atributos da tolerância e da compreensão. Se estou no meio de um processo, como posso cobrar do outro, o que eu ainda não possuo.

Onde está a verdade? Arrisco até a dizer que a verdade somos nós, independentemente do planeta, universo, galáxia, etc (grande projeto cósmico e universal). Deve ser por isso que o Rabi da Galiléia se calou quando questionado. E se fui aldaz ou indelicado em querer falar sobre a verdade. Me penitencio a pedir o amor de quem tem, para que eu possa também me libertar.

Sempre acreditei que todo ser existente, seja ele reencarnado ou não tem o seu plano de voo definido, o que existe entre as pessoas é a interdependencia, onde nos complementamos com os que sintonizam nossas emisões de paz ou de guerra. Querer sintetizar o amor e suas benesses é para mim pobre mortal/imortal, muito dispendioso, pois meu grau consciencional ainda não me condicionou a amar de verdade (definição consciencional coletiva).

Ainda penso muito em mim e gostaria de pensar mais em nós, penso muito no que é meu e já não queria nem pensar nestas coisas. Busco, busco, busco e, por consequência, caio nas mesmas divagações, amar é se libertar, é ser dono do seu nariz, é sentir o todo em desalinho com o nada que ainda somos.

Evoluir é preciso, viver já não é mais preciso. A grande dádiva espiritual é entender que somos espiritos em franca caminhada espirtual. A estrada é longa, nossa capacidade diminuta, mas evoluir é preciso. Se entender como espirito é necessário, não existe saída para este labirinto e confronto do que acreditamos em face da realidade nua e crua – existimos como espíritos e pronto.

Meu Deus e agora, farei como o obreiro que deve largar tudo e seguir a vivenda de cunho meramente espiritual, foi isto que o Rabi da Galiléia quis exemplificar? Penso que não, acredito inclusive que espirituais já o somos, devemos realmente abandonar os velhos hábitos em busca da sublimação de maior valor nesta caminhada.

Buscai o reino dos céus e o que lhe for necessário vos será acrescentado! Buscar o amor e ganhais em consonânca com vosso sentimento uma fagulha da compreensão e tolerância, as quais não se encarceram em nosso limitado campo mental.

Muito boa estas divagações, as quais são de cunho estritamente pessoal, elas me fizeram buscar folego em favor de várias outras verdades, contidas no verbo amar!

Pena que pratiquemos ainda um sentimento atrofiado neste campo, gostaria de poder amar de verdade e quiçá conseguir a minha independência espiritual.

Obrigado por me fazer pensar.


Aratanan

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