quinta-feira, 5 de maio de 2011

Volta no tempo





Ainda me lembro da década de 70. Lembro que os políticos como sempre e em sua maioria furtavam os cofres públicos e que existiam no Brasil apenas dois partidos políticos MDB e ARENA, vivíamos sob o regime militar. Ainda me lembro que existia um jornal que vinha do Rio de Janeiro para Minas, onde víamos cabeças decapitadas em cima de mesas de sinuca, oriundas de uma guerra urbana que acontecia na baixada fluminense. Ainda me lembro que o homem havia ido à lua e muitas pessoas pensavam como ainda pensam, que tudo aquilo era uma mentira das bravas. Ainda me lembro do kichute, do Bamba e do Montreal, os tênis da época e que faziam a alegria da meninada. Lembro-me também que em cada esquina de rua, sempre existia um despacho de uma noite para a outra e que morríamos de medo de pisar em macumba. Lembro-me também que o casamento e a virgindade eram tratados de forma diferente da que são tratados hoje. Lembro que tínhamos horário para chegar em casa e que se não respeitássemos nossos pais éramos convidados a sair e casa. Quase não ouvíamos falar de sequestro, saidinha de banco, prisão de Juízes, Promotores, Desembargadores, Delegados, Governadores, Prefeitos, Senadores, Vereadores e de gente muito importante no cenário nacional. O samba naquela época era marginalizado, cocaína nunca tinha ouvido falar. Cerveja era a Bhrama, refrigerante Guaraná Champagne, avião só para rico, celular coisa de extraterrestre e carrão era o Galaxie e o Maverique.

Acontece que, as pessoas eram mais integras, tinham mais responsabilidade familiar e social. Era uma vergonha ser exposto de qualquer forma frente à família e a sociedade. A tolerância com certas atitudes eram mínimas, até os bandidos tinham um código de honra. E falando em honra, voltamos à dialética dos nossos dias. Analisando os últimos apontamentos do Censo Brasil 2010, nós os umbandistas fomos calculados em aproximadamente 500.000 praticantes por todo o Brasil. Sendo que os católicos e os evangélicos foram os que mais sofreram perdas em número de praticantes. O engraçado é que no Censo de 2000, nós tínhamos aproximadamente quase 600.000 praticantes e se confirmada a diminuição, também perdemos praticantes. Agora eu me pergunto se todas as religiões estão tendo perdas, para onde está indo a fé das pessoas? Que todo mundo tem ou já teve um pé na umbanda, mesmo que de forma indireta, isso nós já sabemos há anos. Se isso for considerado no Censo teríamos milhões de praticantes e simpatizantes pelo mundo. De qualquer forma repetimos, para onde está indo a fé das pessoas? Suspeitamos, mas não nos atrevemos ainda ao debate. Pois os políticos e demais desajustados deste país, continuam os mesmos da década de 70. As lideranças religiosas com certeza se quedaram frente a vaidade, orgulho e ignorância e quem perde com tudo isso somos nós pobres vendidos de sempre. Para finalizar e como diz o poema português – “Navegar é preciso ....!”

Fé é ter alguma coisa como real e/ou verdadeira.

Aratanan

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Pensando Alto!





Tenho notado por entre as vielas deste nosso mundo material, que existe um fenômeno ou até mesmo um processo de descredibilidade das coisas que entendemos como espirituais. Sinto que de forma muito sutil tem-se criado um enredo de livros, filmes, entrevistas, onde o personagem principal chamado espiritualidade, vem sofrendo as investidas daqueles que se beneficiam com este fenômeno.

Outro dia assistindo o canal Nat Geo vi uma reportagem de um irmão indiano, que vive junto a um grupo que tenta desmitificar as coisas tidas como espirituais. A jogada é bem parecida com uma cena de teatro, onde uma irmã finge estar possuída por um espírito e o nosso outro irmão utiliza de alguns truques para poder afastar o demônio que possui o corpo da atriz contratada por ele. No final ele conta e mostra que tudo o que ocorreu não passou de uma cena de teatro para desmistificar a consciência das pessoas.

Grande perda de tempo, não é mesmo? Até porque todo fenômeno espiritual pode ser explicado cientificamente. E os que ainda não possuem identificação serão no futuro objeto de estudos e crédito científico, passando a normalidade e entendimento da mesma forma que o avião, as viagens espaciais, o telefone e outros inventos por nós conhecidos.

Enquanto isso e por questões de costume, vivemos num mundo de destrezas mentais, pois todos que não buscam no fenômeno espiritual uma explicação científica são muito mais maleáveis aos controles e doutrinações que se utilizam do medo e de outras prosopopéias mais. Muitas lideranças religiosas se utilizam desta falta de critica em relação às religiões e impõem a ferro e fogo uma doutrinação perniciosa em desfavor dos hipnotizados de sempre. O processo de lavagem cerebral se reverbera de forma muito apropriada, estando a pessoa atingida por estes petardos, sem muita chance de tomar o eficiente antídoto, pois sua mente na maioria das vezes já possui um outro dono - seu líder religioso. O pior é quando a fé vai embora, ai a coisa fica feia, pois a descrença aniquila o raciocínio, e o pobre coitado do irmão tem um contra efeito mental, pois para de pensar e ai as coisas se complicam de vez.

Ser religioso e ter religiosidade são coisas totalmente diferentes, existem pessoas que nunca entraram em um templo religioso, mas agem como se fossem altamente espiritualizadas. Algumas se dão ao luxo de dizer que vêem Deus em tudo e em todos, seus atos são de grande generosidade e altruísmo, pena que são raros os que assim agem e pensam.

Para finalizar e ajudar àqueles que perderam a fé, sugerimos uma análise cientifica de nossos atos tidos como espirituais. Somos energia e como energia nunca acabamos, apenas nos transformamos. Todos os corpos que habitamos são fruto de uma lei cósmica de reciprocidade e o mesmo acontece com o meio social e familiar onde somos inseridos. Vivemos em uma bola de terra e água de aproximadamente sete sextilhões de toneladas suspensa no ar. Não sabemos da onde viemos e muito menos para onde vamos como civilização e tudo o que percebemos e sentimos são a manifestação de uma inteligência, que existe em essência e controla todos os nossos atos coletivos. E para finalizar digo, se algum dia algum ser humano conseguir fazer toda esta obra supra citada eu paro de acreditar em Deus e na espiritualidade. Pois desacreditar é muito fácil, entender, perceber e vivenciar é realmente muito difícil.

Pense! Eu sei que dói um pouco, mas é bom para o seu destino!

Aratanan