sábado, 23 de maio de 2009

As religiões e suas falhas


“As religiões falham por que os homens falham” – Esta frase é dita no final do filme “Anjos e Demônios” em cartaz nos cinemas.

Assistindo ao filme percebi uma verdade que já venho fomentando há muito tempo; - a grande desgraça das coisas está firmada no gênero humano.

Voltando ao filme e a seu enredo, fica bem demonstrado as manhas e artimanhas do poder dentro da igreja católica e o passado sombrio desta religião que hoje abocanha uma imensa quantidade de crentes pelo mundo.

Durante o filme podemos perceber sérias intrigas de dinheiro e poder, todas elas firmadas sobre o gênero humano e sua sanha desgovernada e inconsciente egocentrismo.

Na umbanda nossa querida religião, as coisas não são diferentes, não conversamos entre nós, não respeitamos a opinião alheia, achamos que somos donos da verdade, imprimimos um domínio opressor sobre as pessoas, vendemos nossa alma para o dinheiro e a sede pelo poder.

O engraçado é que tudo isso está às claras, está jogado na frente de tudo e de todos, mas ninguém enxerga, ficam todos com a boca aberta olhando para os lados como se o problema não fosse com eles. Como isso me incomoda, chego às vezes perguntar o porquê de tanta cegueira e necessidade de ser dominado.

Tudo isso em nome do que chamamos religião, onde elegemos e terceirizamos o nosso encontro com Deus através de incapacitados (salvo exceções) que não conseguem nem se enxergar, ainda mais mostrar o que caminho que temos por caminhar.

Como sempre digo, Paciência (de preferência a de Pai Velho)!

E como dizia o meu velho amigo Raul: “Gostaria de ser burro, talvez eu não sofresse tanto”.

Aratanan de Aracruz – Eu também sou falho, mas procura me equivocar o menos possível!

quinta-feira, 21 de maio de 2009

UNIÃO


Estava conversando com uma amiga sobre os desencontros religiosos que permeiam as várias religiões existentes no Brasil.

Conversávamos sobre as religiões protestantes principalmente, as quais no nosso entender representam uma renovação do catolicismo, mantendo inclusive o novo testamento como fonte de direcionamento de seu funcionamento (acreditamos em exceções). Mas o teor de nossa conversa, ou melhor, o objeto não era dissecar a religião protestante, mas fazer alguns apontamentos, os quais achávamos pertinentes à desunião existente entre as várias manifestações desta religião.

Em nossas observações aferimos o número crescente de adeptos, bem como a quantidade exorbitante de subdivisões do que podemos chamar de protestantismo. Além disso, discorremos sobre a desunião que permeiam estes cultos religiosos, os quais poderiam ser mais fortes se não houvesse tanta desunião e tanta ingerência entre seus líderes e seguidores.

Notamos inclusive, que a força do protestantismo está pulverizada pela quantidade de templos e sacerdotes os quais não conseguiram criar uma linha básica de direcionamento global entre as várias manifestações do que podemos chamar de protestantismo.

Feitas estas colocações e posicionamentos, fizemos uma comparação com as religiões de caráter afro-brasileiro e com a umbanda,. Falamos da ignorância, da incompreensão, da vaidade, dos egos inflamados e dos enganos referentes a esta manifestação religiosa.

Mas quando surgiu no assunto a questão ligada a união. O silêncio foi gritante, pois nós umbandistas não conseguimos conversar nem com nosso grupo religioso, quiçá a pretensão de querer ver união dentro de outras religiões, as quais possuem o mesmo defeito que a nossa – o ser humano.

Depois disso tudo, entre eu e minha amiga só restou o que nos cabia:

Silêncio, silêncio, silêncio ......

Aratanan de Aracruz – União na umbanda – o que é isso?
Imagem retirada da web, com fins ilustrativos não comercial.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Exú - Me engana que eu gosto!


Estava conversando com um amigo e falavamos sobre a figura do Exú na umbanda, também conhecido como guardião em diversas escolas religiosas.

Nesta conversa, meu amigo me disse que por várias vezes, no terreiro onde freqüentava, ouviu o Exú chefe do terreiro dizer que ele castigava, e, com o perdão da palavra “comia as muié do terreiro”, que era um alto graduado e que poderia até desencarnar as pessoas que fossem desafetos de seus protegidos.

Foi-me dito ainda, que o médium do citado Exú, a pouco havia se perdido pelas questões financeiras e que havia entregado o terreiro para os mais afortunados, vez que sua ignorância e medo de perder a “boca”, não o permitiam deixar de proteger estes parasitas das verdades do santo.

Para piorar as coisas este amigo me contou que o guardião do chefe de terreiro, quando baixava de verdade, pois na maioria das vezes era o médium em estado de profundo animismo que conduzia as coisas, entrava o guardião em conflito com uma serie de desmandos que aconteciam naquele terreiro.

Este amigo também me narrou que no citado terreiro os médiuns pobres e ignorantes não conseguiam muita coisa, pois o chefe do terreiro não permitia responsabilidades maiores do que as afetas a limpeza e manutenção das áreas sociais do terreiro. E o que é pior ainda, que o tal chefe de terreiro só via possibilidade de “iniciação” nos médiuns com dinheiro e posição social, estando a ralé e/ou mão-de-obra barata afeita apenas ao serviço braçal e a sustentação de pontos cantados no terreiro.

Voltando ao cerne da questão, ou seja, ao poder do Exú do dito chefe de terreiro, começamos a fazer alguns apontamentos sobre os fatos e concluímos que seria quase que impossível uma outorga desta monta para um guardião com responsabilidades tão limitadas.

Em um primeiro momento pudemos perceber que o terreiro citado, não tinha nenhuma influência sobre o meio social a que estava afeito. Que o mesmo não tinha nenhuma abrangência sobre o meio social em que estava inserido e muito menos sobre a umbanda de forma geral.

Além disso, o contexto social daquele terreiro não permitia que outras classes religiosas soubessem da atividade daquele guardião, ou se quer poderiam ser por ele influenciadas, vez que sua figura era muito importante para o grupo que freqüentava o terreiro, mas não tinha nenhuma influência direta sobre outros grupos e sobre eventuais espaços já ocupados por outros guardiões.

E para finalizar o debate, chegamos a conclusão que aquele guardião não poderia sobre hipótese nenhuma, substituir os desígnios de uma força maior a que denominamos “Deus”, pois haveria uma clara supressão de instância, onde um subordinado mandaria mais que seu chefe direto. Além do mais, seria crível perceber que um guardião teria o poder de desencarnar ou matar alguém, mas não teria poder para fomentar a melhora do terreiro e de seus médiuns de forma isonômica e menos compromissada com a exploração financeira destas incautas criaturas.

Em síntese, chegamos a uma dura conclusão de que uma pequena mentira pode ser uma grande verdade, se várias pessoas acreditam nela, e, que naquele terreiro a mentira além de bem fomentada, contava com o apoio das inconsciências ali instaladas.

E o Exú?

Conforme informações que recebi, vem o mesmo sofrendo para encaminhar o chefe de terreiro, o qual além de falsa humildade, milita na desvairada ilusão de um dia ser um grande mestre.

Paciência!

Aratanan de Aracruz – Ser igual é o grande lance!



Imagem Pierre Verger

terça-feira, 19 de maio de 2009

A arte de ser bom - O show não pode parar!


Conheço verdadeiros artistas, uns muito bons e outros melhores ainda. Posso afirmar que estes artistas fazem de suas vidas um verdadeiro palco de encenações. São notáveis por essência, ou seja, acreditam que são bons e brigam para que lhes seja preservado o status de grande galhardia.

Não aceitam criticas e se escondem atrás de apetrechos de magia. Autodenominam-se “Deuses”, pois tem domínio sobre a vida e a morte de quem quer que seja (pelo menos acreditam nisso). Manipulam a mente de irmãos sem identidade própria e acham que tudo isso faz parte do seu show.

Neste ato de encenações, manipulam de tudo e a todos, fazem de suas casas espirituais um grande mambembe, pois adoram dar risada de suas atitudes e das atitudes dos outros. Não toleram erro na interpretação e cassam sem dó quem se opõe aos textos já traçados e ensaiados.

Geralmente estes artistas cultuam uma liderança, a qual chamo de “ente mor” ou “diretor de aberrações”. Esse grande mestre, treinado na Roda de Sânsara (circulo de reencarnações), consegue sem muito esforço se proclamar o messias dos palcos mundanos e o “libertador” de almas.

Acontece que, a liberdade neste caso é devidamente limitada, pois o show tem que continuar, e, a platéia carente de emoções, precisa se divertir e se posicionar frente às repetidas improvisações do espetáculo. E o que é pior, sempre esquecem do legitimo diretor, o qual fica de fora das premiações em dinheiro e de outras coisas mais.

O diretor é o menos prestigiado, ele fica às margens do arruinado espetáculo e recebe como pagamento diuturno, a ingratidão fomentada pelo seu assessor direto, ou seja, o diretor de aberrações. Este diretor (que não é o de aberrações) pelo qual possuo grande respeito chama-se “Deus”, já os outros personagens deixo para que você os identifique.

(Qualquer semelhança deste texto como terreiro que você freqüenta é pura coincidência de “modus operandi” e não representa a verdade relacionada a fatos e pessoas que você conhece).

Aratanan de Aracruz. É bom ser livre!

Imagem ilustrativa sem uso comercial importada do endereço quartaparede.wordpress.com/2007/10/

segunda-feira, 18 de maio de 2009

PRECISO DE UM DONO – Reflexões em prosa


Preciso De um dono, mesmo que ele seja Deus, tenha uma barbinha branca e puna os transgressores.


Preciso de um dono, mesmo que ele se alie ao mal ou ao bem, pois para mim tanto faz, sou dependente de carinho, afeto ou partido.


Preciso de um dono, pois sei que fica mais fácil de ser identificado num mundo em que as pessoas não se entendem.


Preciso de um dono, destes que me diga o que fazer e o que pensar, pois já me acostumei a obedecer.


Preciso de um dono, que me faça de bobo, que me engane e vilipendie a minha consciência, pois já me acostumei a ser vilipendiado.


Eu gosto de ter dono, pois não sei expor o que penso, e vivo apegado a conceitos tradicionais e vazios.


Eu gosto de ter um dono, deste que pense por mim, que fale por mim, que me mostre o que não consigo enxergar, pois é mais fácil terceirizar do que assumir o meu real papel neste mundo.


Eu gosto de um dono, dono de minha consciência, vez que não consigo me enxergar, e quando olho pra dentro de mim vejo apenas um vazio e uma solidão sem fim. E caso eu me esforce um pouco mais, vejo a foto de meu dono, pois sem ele eu não sou nada, e, as vezes acredito até que não existo.


Eu quero ter um dono e que não seja o universo, pois sou o centro dele e todas as atenções devem estar voltadas para mim. Não posso assumir compromissos universais, pois isto dá muito trabalho e meu dono vai ficar com raiva de mim.


Aratanan de Aracruz – É bom ser umbandista e livre!


Imagem ilustrativa sem uso comercial importada de matriz2006.blogs.sapo.pt/2008/03/

domingo, 17 de maio de 2009

QUAL O TAMANHO DA SUA FÉ?


Uma vez intuído, fiz uma busca no dicionário Pratico e Ilustrado de Jaime de Séguier, 1958, Editora Lello e Irmão – Porto – Portugal, pelo significado da palavra “FÉ”, e, me deparei com os seguintes resultados:

– s. f (lat. Fide) Fidelidade a promessas ou compromissos/; a fé dos tratados, Confiança na lealdade, no saber, na veracidade de alguém: testemunha digna de fé. Crença nas verdades da religião: A fé ardente dos mulçumanos. A religião católica: morrer pela fé. A primeira das três virtudes teologais. Boa fé, intenção leal, franqueza. Má fé, intenção dolosa, perfídia. Fé púnica, promessa desleal, traição. Fé do carvoeiro, crença inabalável, que não atende a argumentos. Em fé do que..., em testemunho do que. Fazer fé, ser digno de crédito. Dar fé, atentar em, notar. À fé de quem sou, sob minha palavra de honra. A fé de cristão, de cavaleiro, etc; sob juramento de cristão, de cavaleiro.
Por pura indução fui impelido para a palavra – “MANIQUEISMO” e veja o significado que encontrei no Yahoo respostas:

Maniqueísmo - filosofia religiosa sincrética e dualística ensinada pelo profeta persa Mani (ou Manes), combinando elementos do Zoroastrismo, Cristianismo e Gnosticismo, condenado pelo governo do Império Romano, filósofos neoplatonistas e cristãos ortodoxos. Filosofia dualística que divide o mundo entre Bem, ou Deus, e Mal, ou o Diabo. A matéria é intrinsecamente má, e o espírito, intrinsecamente bom. Com a popularização do termo, maniqueísta passou a ser um adjetivo para toda doutrina fundada nos dois princípios opostos do Bem e do Mal. A igreja cristã de Mani era estruturada a partir dos diversos graus do desenvolvimento interior. Ele mesmo a encabeçava como apóstolo de Jesus Cristo. Junto a ele eram mantidos doze instrutores ou filhos da misericórdia. Seis filhos iluminados pelo sol do conhecimento assistiam a cada um deles. Esses "epíscopos" (bispos) eram auxiliados por seis presbíteros ou filhos da inteligência. O quarto círculo compreendia inúmeros eleitos chamados de filhos e filhas da verdade ou dos mistérios. Sua tarefa era pregar, cantar, escrever e traduzir. O quinto círculo era formado pelos auditores ou filhos e filhas da compreensão. Para esse último grupo, as exigências eram menores. Eles deviam seguir sobretudo os dez mandamentos seguintes como fio condutor da sua vida cotidiana:

Não adorar nenhum ídolo;
Purificar o que sai da boca: não praguejar, não mentir, não levantar falso testemunho ou caluniar;
Purificar o que entra pela boca: não comer carne, nem ingerir álcool;
Venerar as mensagens divinas;
Ser fiel ao seu cônjuge e manter a continência sexual durante os jejuns;
Auxiliar e consolar aqueles que sofrem;
Evitar os falsos profetas;
Não assustar, ferir, atormentar ou matar animais;
Não roubar nem fraudar;
Não praticar nenhuma magia ou feitiçaria.

Fazendo uma análise destes dois termos, os quais são bem antigos, pude perceber o quanto os dois se entrelaçavam e se complementavam. Pois, se a fé exige uma crença irrefreável, o maniqueísmo, mesmo que de forma indireta (eleição do bem e/ou do mal) necessita de que o adepto se posicione frente as duas verdades que lhe são apresentadas.

Diante destes dois termos, fiz uma reflexão rápida e pude entender um pouco mais das religiões, as quais em sua quase totalidade, se fundam no conceito básico do bem e do mal, da fé cega e inabalável. Pude ver como as pessoas menos incautas são conduzidas de forma irresponsável a se portar de maneira totalmente cega diante do que é sagrado.

Percebi como a religião de forma esmagadora manipula seus pobres fiéis dentro de uma linha mestra ligada ao que é ditado como bem, e, por contrário ao que é ditado como mal.

A coisa é tão séria que dei uma parada em meu raciocínio e vi o perigo que determinadas pessoas correm ao se filiarem a determinadas linhas religiosas. Onde as lideranças daquele nicho religioso acabam criando deuses e/ou demônios, com a mesma facilidade que bebemos água para matar nossa sede no dia-a-dia.

Pude perceber, como lideres religiosos podem desgraçar a suas vidas e de seus cegos discípulos, apenas manipulando suas consciências frente ao que é certo e errado. Isto mesmo, os donos da verdade conseguem manipular a consciência dos desavisados, com uma série de deveres que se não cumpridos trarão um sequência infindável de infortúnios aos que não respeitarem ou seguirem suas determinações.

E dai para frene a coisa se descamba. Pois no automatismo em que os “fiéis” somatizam os ditames de suas religiões, fica quase impossível que os mesmos consigam enchergar um faixo da mais diminuta luz em sua frente, vez que estão arraigados com duas manifestações da mais pura ignorância: a fé irracional e o maniqueísmo direcionado e devidamente implentado na forma de ameaça direta e indireta de interesses escusos.

E após repensar e repensar, resolvi reformular uma frase que já digo a anos:

“Você conhece uma pessoa pela quantidade de amigos que ela tem!”
A qual mudou seu sentido para:

“Você conhece um mestre, não pela quantidade de discípulos que ele tem, mas pela quantidade de mestres que ele formou!
Paciência!

Aratanan de Aracruz – Sou universalista sim!
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