O Grande Filosofo da vida, Raul Seixas,
escreveu em uma de suas músicas: “- É pena
não ser burro! Não sofria tanto” – Música - Só pra Variar.
Na nossa tão sonhada reforma educacional, inclusive,
tão sonhada pelo ilustre filósofo Paulo Freire, o autoritarismo ainda se faz
presente na antiga capitania hereditária do Brasil.
O Ministério da Educação diz que empenhou um
longo debate com a população brasileira, através, acreditem, dos secretários de
educação nos vários níveis de governo (estadual, municipal) brasileiro.
Verdade!
Sim, secretários políticos, ou políticos
secretários de educação, falaram em meu nome sem me consultarem sobre os pontos
que eu entendo como necessários a esta reforma, ou até mesmo, sobre os pontos
que entendo como positivos.
DOS POSITIVOS, inclusive, entendo que a
permanência da criança e do jovem na escola é mais que necessária, desde que,
questões sociológicas, como a pobreza da merenda escolar (furtada na maioria das
vezes) seja realmente fiscalizada. Nunca entendi o fato da criança ficar na
escola em um período e no outro ficar ociosa na maioria das vezes ou obrigada a
trabalhar para ajudar sua família. Ato contínuo, que a pobreza institucional de
condições básicas de fornecimento da educação seja realmente financiada sem furtos
dos cofres públicos. E que OS PROFESSORES, profissionais que formam todos os
demais profissionais deste país, com exceção dos políticos (estes não
precisam estudar política, filosofia, economia, sociologia, estratégia e etc; para exercerem a profissão de POLÍTICO), precisam
ser MERECIDAMENTE recompensados com o reconhecimento profissional e salários
dignos ao exercício da atividade (no Brasil, educação, saúde e moradia precisam
de uma governabilidade própria, longe do governo central).
DE FORMA NEGATIVA, a imposição da escolha, ou
seja, o governo através do Ministério da Educação escolhe o que deve ser
estudado de forma antecipada, sem querer ouvir o consumidor final – Estudante,
sobre o que ele quer estudar. E o pior, não escuta os professores sobre o que
eles querem ensinar. É o velho autoritarismo imperial, sempre presente na vida
dos escravos coloniais brasileiros.
E para não dizerem que não falei em flores,
que tal deixar o sistema em aberto, sendo adaptado às necessidades de cada
região brasileira, pois dizer que escola integral vai funcionar no meio do
sertão brasileiro, sem água, banheiro, transporte, alimentação, professores e
etc; é querer contar um conto da carochinha (contos do faz de conta). Que tal
tirarmos a educação das mãos dos Estados e Municípios e criarmos, órgãos
ligados diretamente ao governo federal, gerenciados por conselhos de
professores, alunos e gestores especializados para o gerenciamento da educação.
E o que é mais evidente, quando condiciono e
limito o que deve ser estudado, retirando algumas matérias e impondo outras da
grade escolar, o faço como Maquiavel, direciono a massa para o controle ideal
de educação. Não crio seres pensantes, crio seres frágeis e dominados, pois
retiro a oportunidade de escolha (perde-se a possibilidade de várias cabeças
pensantes em várias áreas do saber).
Que tal oferecermos todas as matérias e o
estudante escolhendo o que melhor lhes interessam, pois assim estaríamos fazendo
da escola uma possibilidade de liberdade e não de encarceramento ideológico.
Talvez no futuro as pessoas tenham prazer de não serem burros, e queiram
entender o que realmente acontece no país das bananas e veredas tropicais.
Aplicar o sistema de reforma é mais que
necessário, mas como aplicá-lo precisa de uma melhor discussão, principalmente
nas áreas isoladas do país, onde grupos se alternam no poder político há
séculos e já perceberam que 70% da população ainda quer “pão e circo”.
Outra questão, enquanto não acabarmos com os
partidos políticos no Brasil, e, termos políticos livres e individuais, com
idéias próprias e decisões não corporativistas, viveremos esta eterna luta
entre o bem e o mal, (maniqueísmo) que infelizmente só existe no coração dos
homens.
Para finalizar, esperamos um dia sermos um só
país chamado PLANETA TERRA, nem que tenhamos que começar ou recomeçar pela
capitania hereditária do Brasil.
Aratanan