quinta-feira, 25 de junho de 2009

O Conto do Ovo de Galinha


Naquela noite a gira estava bem firmada e a banda de Pai Velho bem representada. Os médiuns bem equilibrados e bem firmes no propósito de ajudar a quem acorresse àquele lugar sagrado – O Terreiro de Umbanda.

A gira caminhava em ritmo de paciência, pois os “velhos” com seus pitos bem firmados iam limpando, firmando e aconselhando o povo de umbanda, bem devagarinho.

Sentadinho e com uma paciência de Jó, lá estava o Pai Velho, esperando o consulente, quando se aproxima um rapaz bem aparentado e com uma cara de profunda aflição por algum problema de cunho pessoal. O Pai Velho convida o consulente para sentar, dá umas duas baforadas no cachimbo, faz uma limpeza do campo áurico do consulente e pergunta de forma tranqüila:

- Boa noite mizi fio, o que suncê veio busca aqui neste terreiro?

O consulente mais que depressa responde: - Boa noite meu bom velhinho, eu estou com a cabeça meio indisciplinada, pois só penso no futuro. Penso apenas em ganhar dinheiro, ter várias mulheres, ter um bom carro, uma boa vida e isto me aflinge, pois tenho pouca idade e não estou aguentando esperar para que estas coisas venham de forma rápida e até imediata a meu favor.

O pai Velho olhou bem nos olhos do consulente, deu mais uma baforada no cachimbo, fez cara de riso e perguntou: - Suncê conhece a história do ovo da galinha?

Vendo o silêncio que o consulente fez, o Pai velho começou a contar a história da seguinte forma: - A vida tem um ritmo. Não se constrói uma casa de cima para baixo, não é? Desta forma é sua vida, ela também tem uma melodia própria. Suncê já viu uma galinha nascer grande e já formada? Claro que não, num é? Então, para a galinha se formar, tem que vir primeiro o ovo, depois o pintinho, depois o frango, depois a galinha ou galo já adulto. E quando eles tão bem adulto, suncê sabe que o destino deles quase sempre é ir para a “panela” (desencarne), num é? Da mesma forma é sua vida, suncê, tá na fase do franguinho, então não corre muito não, que seu destino é o mesmo da galinha - a panela. Não só o seu, mas de todo o mundo neste planeta. Vai mais devagar, observe e aprenda muito, pois tudo que suncê quiser e lhe for conveniente vai ser lhe dado, mesmo que sejam coisas materiais, para que suncê passe por provas de saber e de sabedoria. E não se esqueça, num acelera muito não, que a panela (desencarne) é certeira, e quando suncê nasce como ovo na vida espiritual, suncê vai perceber a perda de tempo que suncê praticou em favor de coisas que não são necessárias ou tão importantes para que cheguemos a Deus. E falando nele pense no que você ouviu e vai embora com ele e com a conciência de um franguinho (risos).

_ Silêncio.

Depois deste profundo ensinamento, o consulente, expressou um sorriso de contentamento, agradeceu ao Pai Velho e foi embora com a energia pessoal totalmente diferente da que ele apresentou no início da consulta.

É isso ai minha gente, Como dizia Vinicius de Morais - já nascemos e começamos a morrer. Estamos caminhando para nossa realidade, por isso, é sempre bom dar uma reduzida na velocidade que implementamos em nossa vida. Devemos dar uma parada de vez enquanto e buscar o ser espiritual que habita dentro da gente, pois nesta desabalada corrida não vamos chegar a lugar nenhum que não seja, a nós mesmos e nossa consciência.

Mensagem de Pai Arruda – 23/06/2009

Aratanan de Aracruz – Salve oh Yorimá – a tôtô!

Imagem retirada da web e utilizada sem fins lucrativos e/ou comerciais.






terça-feira, 23 de junho de 2009

TERCEIRA GUERRA MUNDIAL


Uma vez perguntaram a Albert Ainstein sobre a terceira Guerra Mundial e ele respondeu que sobre a terceira ela nada sabia, mas a quarta guerra mundial seria disputada a base de paus e pedras.

Penso que a Terceira Guerra Mundial já está acontecendo. Ela se manifesta na incapacidade que possuímos de sermos iguais. Nossas intolerâncias e desigualdades dão o tom de nossa guerra pessoal. Temos medo de tudo e de todos. Não nos aceitamos e não aceitamos ninguém que pense ou que seja diferente do nosso modelo ideal de cultura e comportamento.

Confirma isso o “Pastor Tupirani” e vários outros guerreiros da burrice humana. Os quais implantam falsas ideologias maniqueístas (bem/mal, anjo/demônio) na cabeça dos menos preparados e o resultado é a intolerância em nome de Deus. A aferição do que falamos pode ser constatada na invasão perpetrada por quatro jovens da Igreja “Geração Jesus Cristo” a um Centro de Umbanda no Rio de Janeiro, os quais além de agredir os presentes destruíram as imagens e outros bens do citado templo.

Tal fato me lembra a invasão de um centro Kardecista em Belo Horizonte, onde ladrões assaltaram os presentes e mataram uma jovem com um tiro na cabeça. Fico imaginando a diferença entre um ato e outro e noto que por se tratar de uma guerra, tanto faz para consciência de quem pratica a violência se o local é ou não sagrado. Pois a referência para quem não tem condições sociais mínimas e nem expectativa de futuro é inexistente frente a sua caminhada inconseqüente sobre o orbe da terra.

Não vou nem me estender muito para analisar as diferenças de credos espalhados pelo mundo e suas incontestáveis consequências: Judeus e Árabes, Chineses e Monges no Himalaia, Protestante e Católicos na Escócia e Inglaterra, Mulçumanos e Árabes, Umbandistas X Protestantes X Católicos X Kardecistas no Brasil, e etc (ressalvo as exceções).

Tudo isso demonstra a real situação de guerra consciencional em que vivemos. A tolerância passa longe, ninguém consegue abrir um dialogo de aceitação sobre as diferenças em favor do todo, e, a conseqüência, é a serie de atos que demonstram nossa guerra pessoal que se desenrola nos dias atuais.

A Terceira Guerra Mundial esta aí, a única solução é a consciência e a busca por ela. Sei que é difícil, mas não impossível.
E que Deus tenha pena de Nós!

Aratanan de Aracruz – Estamos em Guerra!

domingo, 21 de junho de 2009

A BOCA DO SAPO TEM DENTE!




Não julgueis. Este aforismo é muito forte. Todos os dias acabamos fazendo coisas que anteriormente julgávamos como erradas. Tais atitudes vão de atos dos mais simples aos mais complexos. Exemplo eu não como determinado alimento e passados alguns anos, olha você comendo o dito cujo. Outro exemplo, eu não tomaria tal atitude, passam-se os anos, olha você tomando a tal atitude.

Na Umbanda é do mesmo jeito. Estamos sendo assediados por falsos mestres e iniciados (ressalvo as raras exceções), que de tanto mentirem, esquecem o que disseram e escreveram, e, tomam atitudes favoráveis a tudo que um dia condenaram. Sua safadeza é tão desmesurada e eles mentem tanto que já não sabem mais o que disseram ou inventaram sobre coisas do astral. Suas obras e atitudes vão para o fundo da lama (para não dizer lixo), pois o presente desabona tudo que disseram ou se posicionaram em determinado espaço e tempo passado.

E o que é pior, “os ceguinhos”, também conhecidos como “discípulos” fazem vista grossa e dizem que o processo é uma volta ao grau consciencional mais baixo, isto é, uma fórmula para que ninguém se perca junto ao que conhecemos como movimento de Umbanda.

Dai-me paciência oh Pai (Já dizia o INRI CRISTO)!

Da forma que estão pregando atualmente, subentende-se que, se eu quero recuperar um ladrão ou um drogado eu tenho que me alinhar a ele e roubar e me drogar para que eu tenha uma chance de recuperá-lo – Vai para a “PQP”, pois é Claro que não.

Não seria melhor através do exemplo, eu tentar convencê-lo e deixar que a vontade dele imprima o avanço consciencional que ele precisa absorver. Com as ressalvas que a bíblia merece, alguma vez Jesus deixou de ser Jesus para ajudar os pobres, desvalidos, doentes e perdidos de toda espécie? Agora, os pseudos iniciados estão vindo com este papo de voltar, ou melhor, regredir consciencionalmente, para abarcar consciências estacionadas - Isso é mais uma vez, uma grande mentira.

E a verdade é nua e crua, pois na realidade não houve retrocesso do melhor para o pior, o que houve foi o encontro dos iguais. Onde o que se dizia mais, na realidade, era e sempre foi igual a quem ele diz querer ajudar.

Cuidado, não enfiem tudo na boca do sapo, pois boca do sapo pode ter dente?

Aratanan de Aracruz – Eu acredito em sapos com dentes!


Foto do trabalho do artista alemão Martin Kippenberger, morto em 1997, e, censurado pelo Vaticano.