segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Umbanda do Brasil ou Faroeste Caboclo do Brasil?







Há anos me abstenho de assistir e ler jornais. Sou um verdadeiro alienado da causa dos homens. Lembro que quando criança na década de 1970, a corrupção já existia em minhas primeiras noções de vida, os roubos, assaltos, mortes violentas, crimes passionais, guerras e outras demandas de caráter meramente humano.


Hoje mais de quarenta anos depois, percebi na praticidade que impulsiona minha vida de forma bem generalizada, que nada mudou. Antes um ladrão de terno e gravata se escondia nos bastidores do poder e no totalitarismo que a suposta direita implantou no Brasil (Você sabe com quem você está falando?). Hoje por pressão externa e por pressão da população, que aos tropeços começa exigir uma melhora na postura de muitos, a coisa vem melhorando a passos lentos.


Já conseguimos, inclusive, ver Governadores, Senadores, Deputados, Vereadores, Desembargadores, Juízes, Promotores e outros atores do poder público ir para cadeia (isso não significa que eles fiquem por lá é claro). Antes isso era um sonho, de alguns utópicos como eu, os quais pensavam que a direita era diferente da esquerda, politicamente falando. Que os ricos eram diferentes dos pobres e que por cargas d’água existia muita injustiça nos mandamentos de Deus que permitia este descontrole mundial (Coitado do Grande Espírito - risos).

Hoje penso diferente (este é um dos poucos prazeres de se envelhecer), apesar de minha visão ainda embaçada com as leis divinas, percebo que tudo tem seu tempo e que o homem é o personagem que ferra tudo e põe tudo a perder. Tudo isso por causa de suas crenças e bairrismos perfidiosos. Os quais, além de esconder uma falsa intenção se espelham na eterna busca pelo prazer como fonte de desconforto e lesão mental de quem está de alguma forma, ligado à sociedade. “Soldadinho de chumbo” é o que somos, pois ainda ficamos no mesmo lugar diante da imensa manipulação de que somos vítimas. Paciência, nada melhor do que o tempo para remediar – já diziam os antigos.

 E para piorar as coisas, os que trazem a responsabilidade de implementar a libertação do homem, através do apoio cientifico que deve fazer parte da religião, apenas utilizam da fragmentação da compreensão alheia para ter em suas mãos um seleto grupo de manipulados do dito “santo nosso de todos os dias”. Todos ao nosso alvitre são os filhos que não pensam e que quando acordam a coisa já degringolou, ou a muito a vaca foi brejo. O tempo como sempre faz a diferença e mostra a realidade de que precisamos para nos dar a experiência de que também necessitamos.

A Umbanda como religião não está isenta desta realidade, os lobos nos assolam e nos habitam como forma de manifestação de tudo aquilo que é do homem. Estamos recheados de mazelas e irmãos que enraizados no infortúnio alheio, celebram as graças e bênçãos do criador, com intuito apenas da autopromoção e do conforto material que sempre lhes mata a sede do querer mais. Firmo aqui a atitude ufanista de alguns, que se aproveitam da linha de comando que lhes foram dadas apenas para manipular as consciências alheias, com as vaidades que lhes acompanham à séculos. Daqui um tempo ser ateu vai ser moda, as pessoas estão perdendo o gosto pela religião. Por outro lado outro fenômeno pode estar se preparando para ressurgir, penso nele como uma a atitude nova e universal.

 Umbanda como religiosidade será no futuro uma forma de manifestação sem a jactância religiosa de hoje, mas como um meio de instrumentalização cientifico/religiosa de apoio à coletiva busca incessante do nosso futuro pós-morte. Para isso precisamos apostar nos novos e na sua nova tomada de rumo após várias reencarnações. Se será fácil; não sabemos, mas temos a renovação de nossas esperanças, com os que estão chegando das lides espirituais, vejo que muito das crianças de hoje, trazem uma certa paz e tranquilidade ao nascer, podem ser os sinais que este velho utopista de sempre vê nas coisas.


Vejo a humanidade da mesma forma em que assistia aos filmes de faroeste do passado. Muitos trabalhando e poucos querendo sugar, como velhos cowboys, o tutano alheio em cidades que não possuem Xerifes. Os bancos de outrora, os cavalos e as carruagens são hoje os caixas eletrônicos, as motos e os automóveis – os bandidos continuam os mesmos.


 
Chega de Faroeste Caboclo.



Paz e Luz - Aratanan