domingo, 11 de novembro de 2012

O Melhor amigo do homem




 

Começa em casa a já tão falada “mentira social”, a qual em nossos textos e de forma repetitiva, vem destacada como carimbo do caráter da espécie humana. Começa em casa, pois é de lá que trazemos as nossas mais claras características pessoais. E mesmo que voce tenha nascido e sido criado na rua ou em um orfanato e etc, o padrão de casa que aqui denominamos, para melhor entendimento deste texto, está ligado ao ambiente em que voce deu seus primeiros suspiros de vida consciente.

 

Foi lá em sua casa que voce aprendeu e vivenciou a tal da “mentira socia”l, ou seja, as regras de compartamento social que são a base de sua desdita de hoje. Foi neste locus ou antro de perdição social que voce se fez o ser que habita o que chamamos de “conciencioso socialmente aceito”. Suas verdades e crenças são frutos dos atos de infância que lhe foram incutidos pelos padrões e vivências de sua época. Deve ser por isso que ainda encontramos muito saudozismo e voltas ao passado, na moda, na música, nas regras de conduta e etc. Religiosamente falando a coisa piora. Pois basta um pisão no calcanhar de aquiles de quem quer que seja, para que a busca do passado se faça como forma de defesa da insegurança que acompanha o irmão no presente.

 

Voltando ao assunto, sabemos claramente que é em casa que as verdades se instalam; o pobre coitado vive a margem de tudo no mundo social, mas em casa seu lado real ou melhor, seu caráter se manifesta de forma muito transparente. Pois o dito cujo, tem que cumprir horários, respeitar regras de ordem jurídica, economica, financeira, cidadã, trabalho e outras o dia inteiro, mas quando chega em casa a verdade apareçe de forma muito “natural” para a grande maioria dos seres.

 

Pois aquela educação forjada, ou até mesmo politizada, cede espaço para o surrealismo de idéias e motes sociais que arrepiam quem está por perto. De forma muito subjetiva a pessoa se maltrata muito quando chega em casa, sua beleza e suas máscaras caem como neve nos filmes de natal. Sua postura sedimentada na mentira social se desmacha nas curvas do sofá ingrime que lhe imprime a verdade de sua preguiça disfarçada. E sua modéstia vai as favas quando analisa os fatos, pessoas e atividades que permearam sua vidinha sem nexo e retrocesso de sempre.

 

Em casa e na maioria das vezes, os filhos são renegados a todos os planos, a esposa(o) são deixados nos cantos de continuidade da falta de percepção do outro. As coisas do lar são imagens soltas sem expressão nenhuma, vez que a solidão da ignorância habita o verdadeiro ser social que se vende nas paixões e rotinas diárias.

 

Maltratar os entes queridos e maldizer os entes alheios vira um caso futil nos relatos das vivências do dia a dia. E os que não fazem de forma verbal, utilizam a mentalidade fútil para pensar nas tensões que sofreram em mais um dia de mentira que viveram em suas vidas ruins e cheias de malidicências de sempre. Mentimos para nós mesmos e acreditamos nisso, pois não mostramos a nossa verdadeira cara e se a mostramos sempre existe alguém, dono da verdade, a nos colocar no nosso devido e imerecido lugar.

 

E para piorar as coisas, temos que tudo isso, acontece na nossa infância frustrada pelas também frustrações de nossos pais ou criadores. Eles nos moldam dentro das frustrações que eles possuem, e nos trasformam em uma cópia mal feita deles mesmos. A culpa, acreditamos vem do primeiro homem que existiu neste vasto planeta, o qual acumulou em seu DNA, o medo da fome e da desgraça que nos foi trasmitido e ainda é diuturnamnte pelos nascimentos e aparecimentos de nossos descendentes. Somos os filhos do caos do passado. Nas cavernas tinhamos que lutar pela vida e segurança a todo minuto e ainda tinhamos a incerteza do motivo e causa de nosso deliberado abandono por parte de quem nos criou.

 

Desta forma, nos transformamos neste cadinho mentiroso e socialmente aceito,vez que padrões de manutenção da busca pelo conforto social estão incultidos em cada medida de nossas células. Criamos uma competição diária com nós mesmos e com os outros que surgem a nossa volta, pois não conseguimos sair desta armadilha social. Nossa forma de ver e encarar Deus precisa ser doutrinada pelo externo, seja ele sacerdote, pastor ou padre. Pois temos saudade do PAI que nos abandonou e nos deixou na terra a mercê de nós mesmos. Por isso competimos tanto e não conseguimos vibrar de forma regular e favorável a manutenção do bem, vez que nossos conflitos mascarados nas regras de conduta social, não nos permitem acesso melhor a condição moral de sermos no mínimo “iguais”.

 

Diante destas percepções nomeamos inimigos em número reverso a quantidade de ignorância que acumulamos e traimos sempre, pois trair é condição inata de quem tem medo e precisa preservar as dores da burrice que carrega. Nossa única esperança é não transformar os nossos filhos e demais seres infantis em uma cópia mal feita de tudo o que carregamos a milhares de anos. Despachando de vez a mentira social e a falta de caráter que possuímos em relação a nossa obrigatória reposição de administração dos bens terrenos, pois se assim não fizermos, teremos como marca registrada de nossas exitências, em tempo não muito longo a máxima de que o melhor amigo do homem é sempre será o cachorro.

 

Bom Dia a todos.

 

Luís Gustavo ou Aratanan de Aracruz para quem ler este texto até o final.