segunda-feira, 22 de abril de 2013

Diga com quem tu andas que direi quem é você (tu és)?


Velho adágio do conhecimento popular. Disseram-me que um velho guerreiro de umbanda dizia – “Pelo o que você fala sei com quem tua andas (espiritualmente)”.



Na senda espiritual as coisas seguem uma sequência que não conseguimos alterar nunca, nascemos para caminhar sozinhos e ninguém muda isso. Encontramos alguns amigos pelo caminho, uns colaboram para que a fé alcance a ventura do ser integral, e, outros mesmo que de forma negativa, colaboram para o despertar do “EU” como individualidade do próprio Deus interno de cada ser vivo.



Fico pensando na quantidade de pessoas vivendo neste mundo sem um sentido ou ensinamento eficaz que atenda as suas aspirações e sentimentos de caráter espiritual. O homem é quase sempre um ser de busca metafísica e sua natureza se completa com as respostas que encontra pelo caminho de todas as suas existências.



Lembro-me do livro do Paulo Coelho, o qual conta uma história muito simples de uma pessoa que busca uma riqueza bem longe e no final encontra esta riqueza no mesmo lugar de onde saiu e sempre esteve a vida toda.



No caminhar espiritual as coisas também são assim, se estamos próximos a um irmão mais experiente, com o passar dos tempos vemos neste irmão suas falhas, seus desequilíbrios e descontentamentos, os quais acabam nos afastando por entendermos de forma meio embaçada que o mesmo está no mesmo processo evolutivo que o nosso. E muito das vezes sempre falta nele o que falta em nós mesmos, ou seja, uma série de entendimentos e cura de nossos vícios internos e consciencionais.



Se por outro lado encontramos um irmão com menos experiência que a nossa, somos tendenciosos a excluí-lo de nossa caminhada, pois a falta de paciência com a ignorância alheia (sempre mascaramos a nossa), faz com que nos afastemos de um convívio que muito das vezes é necessário para o nosso próprio entendimento. Neste caso nós é que buscamos o desenlace por não aceitarmos ou concordarmos com o outro que muito das vezes é uma cópia fidedigna daquilo tudo que não queremos para nós mesmos, e, que muito das vezes podemos ter uma mascarada inveja por não conseguirmos praticá-las da forma que devíamos.



Nosso prato principal em termos de caminhada espiritual é sempre o outro, o qual tem que suprir as nossas demências e desconhecimentos de nós mesmos. Nascemos para ser um ente único, nossa união sempre virá de nossa individualidade, a qual fomenta o totalitarismo das consciências libertas que habitam Deus como ser causal.



Por isso nossa experiência pessoal e de convívio sempre sofre uma frenagem conceitual e até mesmo de trocas de experiências, vez que precisamos nos libertar em favor de nosso crescimento individual. É e sempre será assim, desde que o mundo é mundo a individualidade dos grandes foi utilizada para formar individualidade de novos e grandes pensadores.



Inocente é o ser que na altura dos acontecimentos quer se filiar a figura de um ser vivente sem ter a autoindependência de conhecimentos necessários, as quais são integralizadas pelas horas de vida que acumulamos nas várias reencarnações de que já fomos parte.



Libertar os outros e libertar a nossa própria consciência, fazendo das vivências terrenas apenas um modo operante para o acúmulo de atividades necessárias a resolução de nós mesmos. Aprendemos muito quando estamos aparentemente sozinhos. Todo iniciado precisa da solidão para aprender a evoluir de forma a integrar o grande processo cósmico de retorno ao nosso princípio individual e coletivo - DEUS.



Aratanan – Aprendemos mais quando estamos aparentemente sozinhos.