sábado, 8 de agosto de 2009

Leitura de Umbanda.


Quem não entende um olhar também não entende uma longa explicação!
Provérbio.


No meio umbandista se aprende de tudo. Aprende-se a rezar, a orar, a fazer um bom banho, uma boa defumação, um patuá, uma guia, uma contra-magia, etc. Só não se aprende a olhar o semelhante dentro do olho e ver nele uma extensão de nós mesmos. Existem pessoas difíceis, de complicada convivência, mas mesmo estes irmãos precisam enfrentar a força de um olhar verdadeiro.

E quando falo de olhar não falo de olhar de censura, de desprezo, de intimidação, falo do olhar puro, aquele mostra o interior do ser. Este mesmo; aquele olhar em que a pessoa sente em você a expressão de uma verdade única que é a essência de Deus que habita em todos nós.

Vemos nos outros nós mesmos, se estamos doentes, vemos doença em tudo, se estamos infelizes, vemos infelicidade em todos, se estamos alegres, vemos alegria em todos e se estamos em sintonia, vemos sintonia em tudo e todos. Somos espelhos de nós mesmos, enxergamos aquilo que nossas capacidades permitem.

Venho observado no meio umbandista o reclame de irmãos que ainda não conseguiram ver um espírito. Noto que na maioria das vezes estes irmãos não conseguiram ainda, perceber o ser interior que habita em seus corpos, fato que impede a percepção do que é exterior por incapacidade básica de se interiorizar.

Aquele que se conhece, conhece o todo, somos, como sempre repito, o microcosmo manifestado, somos uma miniatura do todo. Na maioria das vezes, nos damos conta disso, quando nos envelhecemos ou quando passamos por alguma prova ligada a saúde. Infelizmente, por não nos enxergarmos não enxergamos o outro, e, muito dos sofrimentos que perpetuamos, estão na nossa incapacidade de se dividir. Somos muito egocêntricos e muito egoístas, nossa felicidade tem uma base material para se sustentar e sofremos muito por causa desse apego.

E como sofremos.

Para finalizar, penso que devemos olhar dentro dos olhos uns dos outros, este exercício mostra quem somos e quem é o nosso verdadeiro interlocutor ou semelhante, o que evita que partamos desta reencarnação com cabeça baixa e com a necessidade de que terceiros façam por nós, o que é de nossa única e exclusiva responsabilidade.

Aratanan de Aracruz – Olho no olho!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

52ª FESTA DE YEMANJÁ



52ª FESTA DE YEMANJÁ
Dia 15/08/2009, a partir das 18:00 horas, as margens da Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte - MG.

A Grande Viagem


Tenho conversado bastante com as pessoas que fazem parte do meu ciclo de amizades e tenho ouvido de alguns a necessidade de se fazer uma grande viagem até uma terra distante. Alguns querem ir ao Himalaia, outros ao Egito, outros ao EUA, outros a Índia e por ai afora.

Sempre que pergunto o porque desta vontade, a maioria das respostas se firma na compensação emocional ou em uma busca pessoal por algo que as pessoas na maioria das vezes, não conseguem explicar.

Abordando a segunda resposta, a qual se prende em uma busca interior e a possibilidade de encontrar e se encontrar em um país distante, penso que precisamos urgentemente conhecer o espaço geográfico e pessoal que ocupamos em relação ao universo.

Seu corpo físico é a representação completa das forças da natureza (ar, terra, fogo e água), além disso, ele representa o universo de forma minimizada, e, mostra a riqueza do encontro entre o espiritual e o material, representado na sua simples existência.

A grande viagem se encontra na sua capacidade de perceber e sentir Deus no universo que habita o seu interior. Às vezes fazemos grandes viagens e com o passar do tempo notamos que o que buscávamos sempre esteve dentro de nós.

Por tudo isso, insisto na máxima de que não devemos nos escravizar por pensamentos alheios, os quais na maioria das vezes, não representam o que buscamos para nosso crescimento pessoal e espiritual nesta reencarnação. Lembre-se quando o discípulo está pronto o mestre aparece e ele não é material, ele vive dentro de você, no fundo do seu coração e está esperando para que você abra a porta para que ele possa sair.

Finalmente, deixamos o convite para que você encontre a sua pedra filosofal e o elixir da longa vida. E pode acreditar no que estou lhe dizendo, estas alegorias da alquimia estão muito mais perto de você do que você possa imaginar.

Faça a grande viagem, se conheça.

Aratanan de Aracruz

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Prece para abertura de trabalhos na Umbanda


Oh! Meu bom Deus de amor e verdade, permita-nos no iniciar destes trabalhos, que tenhamos a compreensão do seu esterno saber.

Ajude-nos a ajudar sem limitações de credo, cor, raça e poder social, retirando de todos nós a pretensão do julgamento, haja vista que ainda somos incapazes de enxergar os nossos mínimos defeitos e dificuldades.

Permita também meu bom Deus que, através de sua coroa sagrada sejamos todos iluminados pelo saber cósmico, e que ORIXALÁ, através de seu mando e cobertura nos faça cumprir a missão pessoal e coletiva que assumimos antes da presente reencarnação.

Traz até nós meu Pai do Céu a cobertura divina e as ordenações sublimes de OXALÁ, OGUM OXOSSE, XANGO, YEMANJÁ, YORI e YORIMÁ.

Que através dos trabalhos realizados neste dia, possamos ajudar a cada filho de fé e irmão simpatizante com distribuição generosa das forças da natureza, que se consolidam no AXÉ verdadeiro que emana de sua força e de seu poder.

Finalmente, rogamos ainda a capacidade de saber dividir e doar aquilo que recebemos de graça e que nossos guias e protetores que se manifestam em nossa querida UMBANDA, possam através de nossas mediunidades trazer a todos os irmãos aqui presentes as graças que de ti emanam.

Finalmente em conformidade com o adágio popular pedimos: DAI PÃO A QUEM TEM FOME E SEDE DE JUSTIÇA A QUEM TEM O PÃO DIÁRIO DA SOBREVIVÊNCIA.

Saravá, Axé e Namastê.

Aratanan de Aracruz

terça-feira, 4 de agosto de 2009

AMOR QUE DIZ NÃO!


Já ouvi vários conceitos sobre o amor. Uns dizem que o amor é a sublimação das formas. Outros que é a percepção do Eu interior e outros que é a capacidade de perdoar e ser perdoado.

Penso, porém, que o amor acima de dos conceitos acima expostos, os quais tem plena consonância com um tema tão abstrato, acabam por limitar a expressão do termo (amor em abstrato).

Amor é a consciência plena de sua caminhada evolutiva e reencarnatória para os braços do grande criador. Em que pese a limitação do conceito, a qual é muito pessoal e subjetiva, penso que quanto mais caminhamos, mais nos esclarecemos e tomamos consciência de nossa real função cármica e evolutiva.

Eu não sou mais a mesma pessoa de ontem e nem quero ser a mesma pessoa amanhã, quero ser diferente e mudar constantemente os meus conceitos e posicionamentos. Quero dizer SIM e NÃO sem peso na minha consciência. Quero ver as coisas de forma a acreditar que o que vi não passou de uma observação momentânea e que está fadada a uma nova observação.

Penso inclusive que meus julgamentos pessoais estão sempre sendo merecedores de recursos próprios e imediatos, pois o amor que busco, me ampara nestes posicionamentos. Ele me dá a firmeza na decisão e a sabedoria de sempre tirar algum ensinamento do que sinto, percebo e vejo.

Infelizmente, acompanhando o caminhar da religião que me escolheu nesta reencarnação – A UMBANDA – mãe de todas as religiões; percebo e vejo o quão distante estamos do verdadeiro amor que diz NÃO para as impertinências que são praticadas em nosso meio.

Incomoda-me a falta de visão que possuímos das coisas e o imediatismo que nos prende a conceitos rápidos e não solidificados, os quais nos fazem mudar de opinião sempre e a todo o momento. Antecipamos nossos julgamentos e não conseguimos avançar rumo a Deus, haja vista o estacionamento mental e conceitual que nos acorrenta.

E o amor.......?

Será que você tem um conceito melhor do que o de Deus?

Aratanan de Aracruz – Amor que sabe dizer Não.

Você já se viu?


Quando uma pessoa recebe esta pergunta fica chocada, indignada, fere o seu ego. Não sei porquê. Que eu saiba ninguém nunca se viu. Pode ter visto seus braços, pernas, barriga, dentre outras partes.


Mas, suas costas, sua nuca e seu rosto, nunca. Talvez alguns contorcionistas possam ter conseguido ver alguma destas partes.


Através da minha cavidade ocular posso até conseguir ver a ponta do meu nariz, parte da sobrancelha. Ma s nunca consegui ver meu rosto. É isto mesmo, nunca consegui ver meu rosto!


Algumas pessoas afirmam categoricamente que já viram sim, através do espelho. Na verdade o que viram foi a luz que após ser refletida na sua face viaja até o espelho que reflete até a sua retina, é decodificada pelas células que a recebem e transmitem a mensagem até seu cérebro que está treinado para compreender que aquele conjunto de luzes representa o seu rosto. Uma longa viagem!


Que grande lição Deus nos dá. O que sabemos de nós mesmos não passa de reflexos.


Todo mundo ao meu redor me vê, mas eu não. Na verdade as pessoas nos vêm da forma que achamos ser a real. Criamos uma ilusão e ficamos presos a ela.


Acho que poderíamos nos entender melhor quando resolvemos abrir nossos corações e permitir ver o que os outros enxergam. Temos olhos, mas não vemos.


Quando perguntamos a alguma pessoa se já se viu, imediatamente se ofende, mas bastava responder: não, nunca me vi, mas fico muito grato pelo que você vê.


A Trindade


Paulo César Pinheiro
Composição: Paulo Cesar Pinheiro

Eu queria me olhar nos olhos simples e duro
Sem que me tivesse que olhar em espelhos
Como se olhasse normalmente nos olhos de outra pessoa
Por que eu sou a única outra pessoa que não pode me olhar nos olhos
Como se olhasse uma pedra ou um metal
Mas que pode olhar uma pedra ou um metal.
E se isso não lhe parecesse bastante anormal
A minha única outra pessoa poderia me olhar nos olhos se olhasse uma pedra ou um metal.


Eu queria me dizer coisas simples e duro
Sem que me tivesse que falar em voz alta
Como se falasse normalmente para outra pessoa
Por que eu sou a única outra pessoa que nada pode escutar de mim
Como se escutasse a mim ou a Deus.

Mas que pode escutar a mim ou a Deus
E se isso não lhe soasse bastante transcendental
A minha única outra pessoaPoderia me escutar se escutasse em mim, a mim ou a Deus.
E assim sucessivamente me ouvindo e olhando
A minha única outra pessoa
Seria minha única única pessoa...



Texto de autoria e colaboração de nosso irmão "Gato Preto".