quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A GULA





Tenho que a gula é a manifestação de um desequilíbrio que pode estar instalado no campo mental, astral ou físico de todo ser humano. Tudo isso sem perder a possibilidade destas três manifestações estarem também comprometidas de forma conjunta e igualitária em alguns seres. Em que pese a primeira impressão de que a gula tem uma fixação nas questões alimentares, penso que tal vício supera esta percepção, podendo inclusive, orientar outras bases de nossa existência.


O acúmulo objetal e a necessidade de sempre querer e acumular mais, nos afeta de forma que nossas tensões geram desequilíbrios, os quais se confrontam com a nossa capacidade de gerir e até mesmo de sustentar a nossa insana ingestão de coisas que nos são muito das vezes dispensáveis. Nota-se uma luta diuturna entre o que é essencialmente verdadeiro e o que é falso para nossas vidas.


Parece que estamos em um grande combate pessoal, onde nossa busca pelo prazer, instalada quando de nossas quedas de reinos superiores (queda dos anjos), tem um reforço energético que nos induz a uma culpa primária e permanente. Esta culpa nos gera as tensões que havia dito antes, as quais além de outros vícios nos induzem a uma gula eterna pelo acúmulo de coisas que na maioria das vezes não sabemos se quer se merecemos. Esta desdita acompanha o homem a muito, ela se manifesta em tudo que ele faz.


A gula que aparentemente faz parte de um processo inicial da manifestação humana, com o tempo vai agregando outros valores que transformam o ser num capacho de manifestações do puro prazer. Estas distâncias criam nos seres uma dicotomia interpessoal onde ninguém entende ninguém e como resultado vivemos a margem de nossas mais baixas desditas. Os excessos da gula apesar de serem também uma manifestação física, oriunda das nossas pretéritas existências, onde como homens primários lutávamos pela sobrevivência do corpo a princípio, deixou-nos uma identidade genética que precisa ser combatida (espiritualização do ser). Tal atitude fará com que o novo homem nasça e nos conduza para outros caminhos e verdades.


Buscar o controle e equilíbrio em nossas relações pessoais é o remédio eficaz a curar as nossas faltas coletivas. Fazendo que como verdadeiros irmãos deixemos a nossa ânsia de acúmulo em troca das verdadeiras lições de generosidade e amor ao próximo. Só não podemos esquecer, que todo este trabalho começa dentro de cada um de nós. Precisamos urgentemente faxinar a nossa casa, antes de queremos limpar a dos outros.


Aratanan - Vá comer em outro lugar.