terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Religião e religiosidade!



Neste final de semana estávamos fazendo um curso e tivemos a feliz oportunidade de convívio com um irmão teólogo evangélico e graduando em filosofia. Capacitado professor e de inteligência acima da média, devido a nossa atitude de pré-concepção, nos mantivemos a distância como forma de segurança e evidente desanimo para o combate que quase sempre se estabelece em questões ligadas a religião. Tudo isso, porque nos identificamos como umbandista e defendemos nossos pontos de vista, primando sempre para um bom combate de idéias e mais nada.

Para nossa surpresa este nosso irmão acabou nos acompanhando para o almoço e não foi maior nosso espanto quando nosso querido teólogo evangélico sacou de uma bolsa um cachimbo que preencheu com grande quantidade de fumo e passou a saboreá-lo enquanto conversávamos sobre a antiga língua tupi e o significado de seu nome. Logo de chofre perguntei se como evangélico não haveria algum impedimento para o uso do cachimbo e ele me esclareceu que como evangélico haveria sim, mas como religioso e ser humano não.

Dirigimo-nos ao restaurante para nos fartamos da boa comida mineira e meio que de forma jocosa, confesso, pedi uma cerveja bem gelada para acompanhar aquele manjar que já havíamos solicitado ao garçom do restaurante. Não foi outra minha surpresa quando nosso irmão pediu um copo e recomendou ao garçom que nos trouxesse uma cerveja bem gelada, que inclusive se atentasse para que a cerveja quando servida fizesse nossos dentes trincarem de felicidade (risos).
Durante aquele almoço cheio de surpresas, nosso irmão nos contou um pouco sobre sua árdua caminhada junto à cristandade evangélica, nos contando inclusive sobre seu trabalho de consultoria psíquica a qual é desenvolvida há anos no meio a que pertence a sua fé. Nos ensinou acima de tudo, que o mesmo é um ente de transformação no meio em que professa a sua fé. O que fez com que desejamos a ele toda sorte de felicidades, pois seu maior reclame foi a forma em que as escrituras são lidas e interpretadas, fato que aumenta a distância entre as religiões e as pessoas.

Tudo isso confirma nossas palavras quando sempre dissemos que religião e religiosidade são escolas totalmente diferentes. Uma escraviza a outra faz você viver. Neste caso em específico, nos encontrávamos já pelo desgaste em posição de defesa e nosso irmão evangélico em posição de plena liberdade e exercício de sua vontade.

Por isso digo, basta estar vivo para poder aprender. Confesso que preciso reformular os meus conceitos. Para finalizar, ainda brincando, convidei nosso irmão para visitar nosso terreiro de umbanda e ele muito sorridente nos disse sorridente: -“com prazer, o cachimbo eu já tenho o resto é com vocês”!

Saravá fraternal.

Aratanan

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