quinta-feira, 10 de março de 2011

Quando o carnaval passar!



Acabou o carnaval e com ele um tanto de repressões íntimas, as quais ficam guardadas no fundo de nossas limitadas manifestações. Muita bebida, sexo, comida, noites mal dormidas, drogas, brigas, acidentes nas estradas, viagens, gastos além de nossas limitações, um sem números de excessos para que tudo se encerre na quarta feira.

Enquanto isso nos bastidores da Nova República, os assaltos continuam, a pobreza é gritante, a corrupção é galopante, os desníveis sócias e educacionais são marcantes, a força política engessa a evolução do país, os interesses comerciais e bancários vilipendiam a boa fé e boa vontade do povo brasileiro.

Daí a nossa posição em relação ao carnaval – Acreditamos que o carnaval acontece todos os dias de nossa medíocre vida – estamos inseridos até o pescoço nesta eterna folia. Não conseguimos fazer muito pelas pessoas e se ultrapassamos o que elas merecem somos mal compreendidos. Nossa escola de samba chama-se amor (muito medíocre por sinal), nossa bateria chama-se vontade, nossos passistas, os trabalhos espirituais e sociais que desenvolvemos diuturnamente, tudo isso para acabar na nossa quarta feira de cinzas (desencarne).

Temos a impressão que as coisas se repetem e esta impressão ultrapassa o nosso sentir limitado em espaço tempo, esta impressão ultrapassa a barreira temporal e se fixa há milhares e milhares de anos, para se concluir continuamos a fazer o mais do mesmo, estamos sempre repetindo.

Para finalizar, seja bem vindo a realidade, pois as lutas continuam, as guerras continuam, a fome assola parte do mundo, os desníveis políticos, sociais, educacionais, culturais varrem o planeta, minhas contas pessoais enchem minhas gavetas e continuamos fazendo o velho papel que nos foi incutido na Roma antiga.

Ao povo, pão e circo!

Aratanan – Minha fantasia de carnaval sempre foi a de palhaço.