quarta-feira, 29 de abril de 2009

PARA NÃO DIZEREM QUE NÃO FALEI EM FLORES!


Esta semana estive conversando com um amigo, que me disse estar sendo ameaçado por seu Pai de terreiro. Ele me contou que no centro onde freqüenta existe uma certa “hierarquia linear”, onde quem tem mais poder econômico e intelectual manda no citado terreiro.

E o que é pior! O dito Pai de Terreiro se diz dono da banda e que tem procuração do astral para ameaçar as pessoas, caso elas não se enquadrem dentro das incoerências que ele mantém a vista dos cegos que o acompanham.

Que tristeza!

Sempre ouvi no meio umbandista, que na banda não tem empate, ou se ganha, ou se perde. Analisando bem a frase, pude entender que não só na umbanda, mas no meio espiritual de forma geral, não existe meio termo no que se refere ao grau consciêncional dos espíritos.

Melhor explicando, posso dizer que, ou um espírito se filia de vez no bem, ou continua no mal até que seu grau consciêncional permita que ele mude seu posicionamento. Exemplo nítido é encontrado na classe dos exus ou guardiões, onde não existe maldade em seus atos, existindo apenas o cumprimento da “Lei Universal”.

Não obstante, fiquei deveras impressionado com o que está acontecendo com este amigo, pois vejo que a pressão psicológica que ele sofreu, afetou diretamente o seu direito de escolha. No caso dele, por mais que sua consciência queira mostrar que não existe mal nenhum em sair do terreiro, a afetação provocada pelo irresponsável Pai de Terreiro, tem pesado na sua capacidade de julgamento.

E aí minha gente, como sempre digo, dá-lhe sugestionamento, dá-lhe perseguição, dá-lhe medo, etc. Pois, qualquer atitude do citado amigo vai servir de alimento para o fomento de grandes inverdades sobre sua pessoa. Vão dizer que ele saiu do terreiro porque estava “pembado”, que foi lei de pemba, que o mesmo era indigno daquele terreiro, que algum espírito sem luz tomou conta de sua mediunidade, etc.

Acontece que, como já havia falado antes, ou o espírito é do bem ou é do mal, não existe meio termo na banda. Pois, o Pai Velho que aconselha, não pode ameaçar ou se quer enveredar para aplicação de castigo, vez que sua essência não permite tanto. O mesmo acontece com os Caboclos e com as Crianças, onde o compromisso consciêncional não permite atitudes que vão de encontro com a lei universal e divina.

Imagine você consultando num terreiro, ou em qualquer outro local espiritual, e o Pai velho lhe ameaçando de morte e de outras coisas mais! Que loucura seria se o citado espírito servisse a Deus ao diabo ao mesmo tempo. Que incoerência seria tal atitude frente às leis e mandamentos espirituais. Seria uma discórdia eterna entre as leis imutáveis da natureza, onde dois corpos não ocupam o mesmo lugar no mesmo espaço (junção do bem e do mal).

E não me venham com esta conversa de que se a pessoa sair do terreiro os guias vão tirar as proteções individuais dos médiuns, vez que as coisas não funcionam deste modo. As proteções podem ser afastadas se o irmão não tiver um comportamento condizente com o que o plano espiritual estabeleceu para ele, e, nisto não está incluído servidão eterna a nenhum Pai de Terreiro e as sandices perpetradas por ele.

E para não estender muito o assunto. Perguntei ao amigo sobre as condições dos médiuns do terreiro e ele me disse que era das piores, pois é uma conversa “fiada” que não tem fim. Todo mundo fala de todo mundo, e como sempre, o pai de Terreiro fingindo falsa modéstia, incentiva a balburdia, pois assim fica mais fácil para ele manipular a consciência destas infelizes criaturas.

Fazer o quê?

Todo dia sai um bobo de casa. Pior do que ser manipulado é acreditar que espíritos ligados ao movimento, a simplicidade e a pureza, são capazes de bater e assoprar ao mesmo tempo. Mas como dizia um velho irmão de umbanda, “tarda, mas não falha, a hora do esclarecimento há de chegar”.

Há. Já havia me esquecido: ameaça é crime tanto no céu, como na terra. O artigo 147 do Código Penal Brasileiro define o crime em questão como a conduta de ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave, impondo a mesma a pena de detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.


Aratanan de Aracruz! Na Umbanda Pela Umbanda!
Imagem Openphoto - James Jones.

Nenhum comentário: