quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Esperança




Perdoem-me a intenção metafórica, mas quem espera alcança. E quando digo espera, não me refiro ao ostracismo e a preguiça que envenenam a arte criadora de cada ser. Esperar é trabalhar a favor de nossas realizações.

Temos sonhos, projetos e consequentemente ambições de caráter material, interpessoal e até espiritual. Se programar é uma arte, aquele que tem projetos de ambição imprópria e desapegada, isso mesmo, ambição coletiva a qual atinge e beneficia a todos, é um Rei por Excelência. Pessoas deste quilate têm a capacidade de mudar a vida e o destino de muita gente.

Mahatma Gandhi dizia, “(...) quanto menos ambição eu possuo menos eu sofro (...)”. E olhem vocês, que ele conseguiu libertar a Índia do julgo Inglês, os quais eram império sem proporções naquela época. Com certeza ele alimentou a esperança e como eu disse no começo, quem espera com trabalho alcança.

Neste interem, posso dizer sem sofismas que alicercei minha esperança a ferro e fogo. Foi nas provas da vida, tanto as passadas, bem como nas vindouras, é que poderei um dia concluir este conceito que se firma dentro de nossas mais intimas expectativas. Faço esta Programação para o futuro, pois apenas depois de renascer para a vida espiritual e que terei condições de sopesar as valorosas dádivas e o aprendizado ligado a minha capacidade de esperar.

Tenho certeza, inclusive, que esta capacidade, já estava entranhada em meu código genético e até mesmo em minha carta reencarnatória, pois sofri muito pouco durante esta minha vida, pelos desvê-los da perda da esperança. Hoje, um pouco mais vivido consigo separar a felicidade da alegria e tudo isto tem reflexo direto na minha esperança em relação as coisas.

Por acreditar no homem como forma de manifestação do criador, no meu dia-a-dia, nutro esta forma de manifestação de minha expectativa em relação ao outro, da mesma forma que o pai consciente e experimentado vê o filho que ainda não passou por todas a agruras e elevações consciencionais que a vida o permite. Tenho a paciência, como mola da minha postura de aceitar o outro como ele é, esperando que um dia ele se reforme e se alinhe com o que Deus de melhor lhe reservou – o Amor.

Faço isso sem sacrifício, procuro ser justo, e ser justo às vezes dá a falsa impressão de que somos muito duros em relação a manifestação comportamental de nossos irmãos. Repito, faço questão de ser justo, sei que esta posição é muito subjetiva, e, que às vezes incomoda muitos que ainda não entenderam as tentativas de nossa posição. Mas, se um dos mais experimentados espíritos que por aqui passou, não foi compreendido como deveria, quem sou eu para querer mais do que realmente mereço em termos de minha aceitação coletiva.

Esta é a minha posição no dia-a-dia, mantenho a primazia de minha moral, tanto pela ética essencial (a que me acompanha por várias reencarnações), como pela ética temporal (aquela forjada pelo ambiente e pelos costumes de onde estamos reencarnados). Com isso nutro a minha esperança de dias melhores, de pronto restabelecimento da ordem, do progresso, da igualdade e do equilíbrio consciencional de todos os irmãos do orbe terrestre.

Pegando um gancho nestas reflexões, penso que incorporar as minhas expectativas ligadas a esperança é um moto contínuo em relação à espera de equilíbrio entre todos os viventes. Tenho a expectativa e mesmo a esperança da verdadeira vida através do novo homem. Transformar é magia, se eu me transformo todo o ambiente ao meu redor também se transforma. Consigo afetar o mais distante lócus do planeta pela minha capacidade de emanar amor. O amor este que sabe dizer “sim” e “não” nas horas certas, aquele que não é submisso, mas apenas é o amor que consigo externar (amor essencial e subjetivo).

E nestas expectativas nutro a minha esperança, esperança essa que faço questão de dividir com quem seja. Nosso projeto de existência se forma na esperança do altíssimo em relação a nós mesmos. Penso que isso me fortalece e pode fortalecer a quem quer que seja, ou melhor, a todo aquele que queira usar a sua magia pessoal em busca do verdadeiro início – O ser, o querer e o transformar (fazer)!

Desta forma, abro um espaço para especular sobre como o que por costume chamamos de espiritual se porta em relação a nós. Pelo andar da carruagem noto que a esperança é a mola chave de toda a espiritualidade, nada é perfeito, sempre existe por parte do plano espiritual uma expectativa de que podemos mudar, e, como quem espera alcança, mudaremos para a glória e satisfação da fonte criadora - Deus.

O projeto espiritual é uma manifestação de pura expectativa que se consagra na esperança de que vamos nos alinhar em um só grau consciencional. As leis cósmicas são aplicadas de forma isonômica. A realidade pós-morte é a baliza que nos alinha de forma igualitária e que nos mostra que a maior construção a ser feita é fora dos limites da carne.

Tudo isso está às claras, mas não enxergamos, apenas sentimos que temos algumas leis que são comuns e imutáveis. Lembro-me inclusive em uma entrevista com o poeta Nei Suassuna, em que lhe foi perguntado, sobre qual ato o deixou mais desconfortável, durante a longa existência física que já manifestava, e, ele respondeu: “o que me deixa mais desapontado nesta minha extensa vida, foi a minha incapacidade de vencer a morte”.

Finalmente, gostaria até mesmo como forma de incentivo para quem ler estas precipitadas preleções, que esperança a meu ver é a capacidade pura e cristalina de se conhecer. Saber quem é você e qual a sua verdadeira identidade diante da vontade da criação. Aquele que se conhece, conhece o todo e tem esperança, pois quem espera alcança...

Aratanan

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