domingo, 30 de outubro de 2016

Amigo onde estás que não respondes!




  
Você tem amigos?

Se sim, me diga o que é a amizade?

Difícil não é mesmo, ainda mais quando o conceito tem leituras antroposóficas, biológicas, sociológicas e filosóficas e empíricas (experiência pessoal).

Mas vamos lá!

É meio instintivo e socialmente aceita a exaltação do externo e a morte do interno. Sabemos muito do mundo externo, mas acabamos matando o nosso mundinho interno, onde vivem nossas realidades mais íntimas e nossas verdadeiras guerras sociais e outras desarmonias inconfessáveis. Desta forma, é dentro do nosso corpo que a realidade se inicia. É lá que vivem Deus e o Diabo na “terra do sol”. Carregamos o bem e o mal em nós mesmos de certa forma, a religião surgiu para que o homem perdesse a fé nele mesmo.

Nossas células têm vida própria, elas nascem, crescem, reproduzem, morrem, respiram, alimentam fazem trocas com o meio externo através de uma vida toda própria. Nós na condição de espíritos, muito das vezes assistimos este intrincado mundo interno de forma muito complacente e de algumas vezes até intervimos, nos excessos que esta realidade nos faz experimentar.

Nosso espírito vive esta experiência trancado dentro de nosso corpo físico, em busca de uma realização, a qual chamamos amizade eterna com nós mesmos. Esta é nossa grande missão, administrar nosso corpo e suas tendências, nossa casa temporária, ou melhor, morada do espírito. Pois se todos administrarem bem estas casas-corpo conseguiremos a paz eterna e quiçá a gloria maior de nossa consciência, habitar junto a idealização de Deus.

  
Sobre as amizades, em uma abordagem filosófica, temos que as amizades podem ser classificadas, conforme um dos discípulos de Platão, em três tipos distintos. Essas espécies de amizade fazem referência às qualidades que as fundamentam. Elas são: 1) a amizade segundo o prazer, 2) a amizade segundo a utilidade e 3) a amizade segundo a virtude, ou a amizade perfeita.

Aqueles que fundamentam sua amizade sobre o prazer o fazem por causa daquilo que é agradável em um para o outro. Pessoas espirituosas, por exemplo, têm muitas amizades não por causa do seu caráter, mas sim devido ao prazer que podem proporcionar umas às outras. E pelo prazer, mesmo que momentâneo, que usufruem dos outros. 

A amizade segundo a utilidade é estabelecida pelo bem que uma pessoa pode receber da outra. Mais uma vez, as pessoas envolvidas neste tipo de relação não se amam por causa do seu caráter, mas sim devido a uma utilidade recíproca. São temporárias e muito das vezes existem por espaço de tempo limitado.

Já a amizade segundo a virtude só pode se estabelecer entre os homens que são “bons e semelhantes na virtude, pois tais pessoas desejam o bem um ao outro de modo idêntico, e são bons em si mesmos.”. Como estes homens são raros, amizades assim também são raras.

Tanto a amizade segundo o prazer quanto a amizade segundo a utilidade são geralmente efêmeras, passageiras, se desfazendo facilmente. Isso ocorre quase sempre se uma das partes não permanece como era no início da amizade, isso é, se deixa de ser útil ou agradável. Por essa razão, “quando desaparece o motivo da amizade, esta se desfaz, pois existia apenas como um meio para se chegar a um fim.”. 

Os homens maus têm amizades apenas segundo o prazer ou a utilidade, nunca podendo ter uma relação virtuosa, ou uma amizade perfeita. No entanto, os homens bons, por sua vez, podem estabelecer relações segundo o prazer ou a utilidade, assim como os maus. Mas apenas os bons podem estabelecer uma amizade segundo a virtude. Neste sentido, fica clara a correspondência entre ética e amizade.

Em síntese modulamos as amizades que queremos ter, sem se ater que o primeiro amigo é o corpo físico, ele é que deve ser sempre priorizado e admirado por pura existência. Sou amigo do “eu” que habita na minha existência, seja física, emocional ou espiritual. Não existe caminho contrário de percepção. Ou seja, se não me amo, jamais poderei amar o que quer que seja.

Penso inclusive, que o mundo foi feito para os que se amam, eles se encontram e crescem juntos, criam juntos e zelam por uma mundo melhor. Tudo isso independe da presença, pois a sintonia é energética e mental. Podemos ter amigos em vários locais de existência da consciência, seja ela corpórea ou espiritual. Por isso a necessidade de deslocarmos o AMOR PRÓPRIO para o centro de sua manifestação – O CORAÇÃO.

Amar faz o ser ter a consciência do amor próprio, o outro deixa de ser um complemento para ser uma realidade de construção do bem! E para finalizar .... seu nome, sua pátria, sua família e sua própria existência só estarão harmonizadas se você realmente se conhecer e amar profundamente seu princípio de vida – O EU QUE HABITA EM VOCE COMO A MAIOR FORÇA DE MAGIA DO UNIVERSO!

Se ame!  Você verá o poder que possui!

ARATANAN



Um comentário:

Artes Baino disse...

É isso aí... o amor sempre à frente de tudo. Eu me amo e eu amo o próximo. Aranauan